Vozes ancestrais: os saberes e crenças presentes nas narrativas das mulheres benzedeiras de Manacapuru-Am
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10448 |
Resumo: | O presente trabalho é um esforço para promover um estudo sobre as práticas e saberes tradicionais das benzedeiras de Mancapuru, que são mulheres cujas práticas de rezas e benzeduras fazem parte das práticas de cura da medicina popular, da cultura e da religiosidade brasileira, estabelecendo relações com o sagrado e o profano. Na Amazônia, o ofício das benzedeiras faz uso de elementos das ervas e plantas amazônicas, defumações, orações e rezas que carregam traços da hibridização da cultura religiosa católica e afro-indígena, resultado das interações entre diferentes grupos étnicos da região. Para o tratamento de quebranto, mau-olhado, além de fazerem massagens e tratamento de luxações várias orações e benzimentos são usados. Portanto, esta pesquisa teve como objetivo principal investigar os saberes e crenças presentes nas narrativas das mulheres benzedeiras de Manacapuru-AM, buscando com isto compreender o modo como elas vêm construindo múltiplas interações com a comunidade e de que modo a trajetória destas benzedeiras no exercício do seu ofício representam processos de resistência social a partir de práticas, os quais valorizam o conhecimentos tradicionais, pontuando aspectos de fé, trabalho, saúde e do benzimento. Em termos epistemológicos, a abordagem é interdisciplinar, a qual associa contribuições da Sociologia e da Antropologia para compreensão da complexidade do fenômeno estudado, então, optamos pelos pressupostos da Ecologia dos Saberes de Boaventura de Sousa Santos, ancorada na Epistemologia da Sul, que privilegia preferência às formas de conhecimento que garantam a maior participação possível dos grupos sociais envolvidos. Trata-se de um estudo bibliográfico e de campo, em que utilizamos a técnica de pesquisa de observação participante na intenção de construir uma etnografia, densa do repertório dos saberes e crenças presentes nas narrativas das mulheres benzedeiras, a partir da articulação entre história e suas representações coletivas e subjetivas. Como sujeitos de pesquisa, contamos a participação de três benzedeiras que residem e atuam no município de Manacapuru. No transcurso de nossa pesquisa foi possível observar que mesmo em um contexto de modernidade e tecnologia a prática da cura tradicional valendo-se das rezas, benzimentos, unguentos, chás e orações ainda é amplamente praticada no interior e, em Manacapuru, essas mulheres possuem relevância na comunidade onde estão inseridas e suas histórias se confundem com a história da cidade e das pessoas que com elas convivem. |