Foucault: a educação para a autonomia
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Filosofia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7516 |
Resumo: | O presente trabalho focaliza o pensamento do filósofo francês Michel Foucault como uma ferramenta a ser utilizada em sala de aula por professores de Filosofia problematizando uma educação para a autonomia na perspectiva do filósofo. Desta forma, o conceito de filosofia ganha uma nova roupagem, a de ser uma “ontologia do presente”, isto é, produzir um diagnóstico da atualidade a partir das relações, das experiências do sujeito consigo mesmo, com o outro e com o mundo que o cerca. Por conseguinte, o pensamento foucaultiano mira uma subjetividade que é construída a partir das relações de poder e dos jogos de verdade, assim a reflexão filosófica a ser produzida pelo professor de Filosofia no espaço escolar parte da resistência e da ruptura a toda forma sedentária de pensamento que visa aprisionar o sujeito a modelos ou padrões construídos como verdade a ser seguido. Desta forma a sala de aula emerge como o próprio laboratório do professor de Filosofia que se dispõe dos conceitos de poder, de problematização e de transdisciplinariedade como novos instrumentos didáticos a serem manuseados nessa empreitada de instrumentalizar o pensamento de Michel Foucault no ensino de filosofia. Pensar uma educação para a autonomia a partir do pensamento de Foucault é provocar uma reestruturação conceitual sobre a ética e a liberdade, isto é, construir novas formas ou modos de subjetivação a partir de si mesmo, do cuidado de si que passa pela via do cuidado com o outro, ou no que podemos chamar de uma ética do cuidado. O cuidado de si, termo problematizado por Foucault a partir da Antiguidade Clássica greco-romana, é compreendido como essa forma do sujeito postular novos modos de subjetivação. Portanto, o conceito de autonomia comumente entendido como a maneira pela qual o sujeito age independentemente sobre os acontecimentos e o outro, é deslocado para essa fórmula do cuidado de si, de governo de si que tem como ponto de partida o cuidado com o outro. Trilhando o caminho de Foucault percebemos uma ação prática possível de se adequar ao espaço do ensino de filosofia: a escrita. A escrita se apresenta como essa forma do sujeito descrever, pensar e conhecer a si mesmo, transformar-se e possibilitar transformações. Ou seja, a escrita aparece como uma técnica de si que possibilita diagnosticar a si mesmo possibilitando pensar e respeitar novas formas de subjetivação. Assim, pensar uma educação para a autonomia numa perspectiva foucaultiana a partir do ensino de filosofia é abrir espaço para uma nova perspectiva de educação, onde o agir do sujeito esteja fundamentado numa prática do cuidado de si que vislumbre primeiramente o gosto por uma vida saudável e não somente um diploma. Que mire novas formas de pensar a existência e que produza polos de resistências a toda forma ou modelo de vida fascista, essa é a missão do professor filósofo: construir, pela filosofia, espaços para uma Estética da Existência. |