Ração amazônica para tambaqui: uma tecnologia social para aquicultura familiar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Dantas, Francisco de Matos
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7449329720099687, https://orcid.org/0000-0002-2050-1086
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Agrárias
Brasil
UFAM
Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal e Recursos Pesqueiros
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9788
Resumo: O Amazonas possui as cadeias produtivas da mandioca e da pesca bem estabelecidas e, seus resíduos podem ser aproveitados como ingredientes para rações. Além desses resíduos, no Amazonas, é possível criar e utilizar larvas da mosca soldado negra (black soldier fly, BSF, Hermetia illucens) como ingrediente proteico. Este trabalho avaliou o potencial de dietas para tambaquis, Colossoma macropomum, utilizando ingredientes amazônicos. Foram formuladas dietas contendo subprodutos da mandioca: crueira, raspa e parte aérea, como fonte de amido, fibra e energia, em proporções iguais na dieta. Como ingredientes proteicos foram utilizados a farinha de peixe (FP) e a farinha desengordurada de BSF. Foram formuladas cinco dietas contendo diferentes níveis crescentes de substituição de FP por BSF (0%, 25%, 50%, 75% e 100%). Uma dieta com formulação convencional (FC) foi utilizada como controle. Juvenis de tambaqui (24,61 ± 1,14g) foram alojados em 24 tanques (150 L; n=4; 20 peixes/tanque) em um sistema de recirculação de água. Os tambaquis foram alimentados 4 vezes ao dia até saciedade aparente durante 60 dias. No final do experimento, todos os peixes foram pesados e foi feita a coleta de sangue de 3 peixes/tanque para análises hematológicas. Foram eutanasiados 3 peixes/tanque para obtenção dos índices biométricos e composição centesimal do peixe inteiro. Os dados paramétricos foram comparados por análise de variância unifatorial e, quando significante, pelo teste de Dunn, sendo cada tratamento comparado individualmente com o tratamento controle (formulação comercial, FC). Os dados não paramétricos foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis e teste de contraste de médias de Dwass-Steel-Critchlow-Fligner (DSCF). Os dados dos tratamentos 0 a 100BSF foram submetidos a análise de regressão. Não foi observada rejeição das dietas e nem mortalidade durante o período experimental. Peixes alimentados com dietas contendo subprodutos da mandioca apresentaram conversão alimentar aparente (CAA=1,76) e taxa de eficiência proteica (TEP=2,02%) similares, independentemente do nível de substituição da FP por BSF. Porém, esses valores foram piores aos observados pelo grupo de peixes alimentados com a dieta controle FC (CAA=1,33, TEP=2,67%). Não foram observadas diferenças na composição centesimal do corpo inteiro e nos índices biométricos. Os peixes alimentados com as dietas formuladas com BSF apresentaram níveis de colesterol similares, porém inferiores aos peixes alimentados com 100% de FP (0 BSF), provavelmente, devido a quitina presente na BSF. Os filés dos peixes alimentados com ração amazônica apresentaram maior índice de amarelecimento, os quais podem estar relacionados aos carotenoides presentes na folha de mandioca. A utilização da farinha desengordurada de BSF e subprodutos da cadeia produtiva da mandioca podem promover a sustentabilidade da aquicultura amazônica, porém são necessários mais estudos para aprimorar a formulação da ração amazônica para proporcionar melhores índices produtivos na criação do tambaqui.