Psicologia e povos indígenas: reflexões a partir do contato com os Yepa Mahsã no Projeto Rios e Redes
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5757 |
Resumo: | Os estudos de Psicologia voltados aos povos indígenas no contexto brasileiro, mesmo crescendo gradativamente, ainda carecem de referenciais que possibilitem a compreensão de muitos processos psicológicos dentro de suas especificidades culturais. Torna-se importante a construção de Psicologias relevantes aos contextos que se propõem estudar, rompendo com a dominância epistemológica de abordagens ocidentais e eurocêntricas. Desse modo, esse trabalho teve como objetivo fazer uma análise psicossocial da da pessoa Tukano – Yepa Mahsã – por meio do Kihti Ukuse, Bahsese e Bahsamori, neste trabalho, o Kihti Ukuse é entendido como as narrativas. O Bahsese é entendido como mediador das relações entre os Yepa Mahsã, com os Wai Mahsã, com os seus demiurgos e também como um instrumento agenciador das relações e classificações do entorno. E o Bahsamori é aqui entendido como o conjunto de rituais coletivos (Poose) que acontecem em diferentes momentos, acompanhando um calendário de constelações e fenômenos ambientais. Esta pesquisa foi realizada junto ao Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena (NEAI), que tem desenvolvido conhecimentos junto ao grupo indígena dos Tukano a partir do “projeto Rios e Redes”, abordando antropologicamente as concepções indígenas sobre os diferentes sentidos da relação sociedade/natureza. Compondo a equipe de pesquisadores antropólogos indígenas e não indígenas, tivemos o objetivo de contribuir com leitura uma psicossocial mostrando as inter-relações entre pessoa e contexto social. Nossa pesquisa foi qualitativa, utilizando-se de: a) dados secundários (transcrições de simpósio, relatórios de atividades e materiais textuais produzidos durante o projeto); b) de memórias escritas das reuniões grupais formais da equipe de pesquisadores; c) de informações do diário de campo a partir das conversas informais que ocorreram entre a equipe. Assim, construímos conhecimentos não como um pesquisador participante nem observador distante, mas como pesquisador no cotidiano que auxiliou tanto na construção do discurso antropológico sobre os três conceitos Tukano, e na elaboração dos materiais textuais. Os dados foram analisados por análise de conteúdo. O primeiro capítulo trará uma discussão a respeito do contexto das pesquisas de Psicologia e povos indígenas tanto em âmbito nacional quanto em âmbito internacional. O segundo abordará o histórico das epistemologias de Psicologia que estudam as culturas, assim como os fundamentos das ‘Psicologias Indígenas” e também da Psicologia Macro Cultural. O terceiro capítulo apresentará como os três conceitos Kihti Ukuse, Bahsese e Bahsamori, auxiliam na na análise psicossocial da pessoa Yepa Mahsã, se utilizando da leitura da Psicologia Macro Cultural. Nas considerações finais será abordado que o elemento “psicossocial”, inerente aos Yepa Mahsã, compreende relações sociais que se estabelecem em diferentes patamares de existência, bem como uma relação com um ambiente que não é inerte, mas sim vivo e relacional. |