Wai-Mahsã: peixes e humanos. Um ensaio de Antropologia Indígena

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Barreto, João Paulo Lima
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9716723272027922
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Museu Amazônico
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Antropologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4629
Resumo: Esta dissertação constitui uma reflexão preliminar sobre o conhecimento Tukano da relação entre humano e não-humano para além de narrativas míticas. Seu foco está na diferenciação entre as categorias de wai-mahsã (humanos invisíveis) e wai (peixe). Os waímahsã são seres humanos que habitam nos domínios da terra, floresta, ar e água. Eles detêm a capacidade de metamorfose e camuflagem, assumindo (vestindo a roupa) a forma de animais e peixes e adquirindo suas características e habilidades físicas. São também a fonte de conhecimento, aqueles com os quais os especialistas tukano (yai, kumu e baya) devem se comunicar e aprender, acessando neles seus conhecimentos. A categoria de wai (peixe), ao contrário de algumas conclusões antropológicas, não possui atributos antropocêntricos, isto é, não tem status de gentes ou pessoas. Para os Tukano, os peixes nunca tiveram, nem mesmo em sua origem mítica, condição humana. Pelo contrário, como veremos, sua gênese está quase sempre relacionada ao que é descartado: restos de madeira, objetos e ornamentos abandonados pelos wai-mahsã, as partes descartadas e podres do corpo humano etc. Esta dissertação é ainda uma tentativa de desfazer a confusão feita entre os conceitos de wai-mahsã e wai.