ONGs transnacionais e os sentidos de sustentabilidade amazônica: imaginário, discurso e poder

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gomes Junior, Jonas da Silva
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/4613112222352174
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5689
Resumo: Diversas entidades ambientalistas Transnacionais, tais como Greenpeace e WWF, estão atuando no bioma amazônico e tem se utilizado dos recursos comunicacionais para legitimar a atuação na região, disseminar estratégias e ações ambientais, divulgar opiniões, interagir com outros organismos sociais e, por fim, agregar mais adeptos às causas que defendem. Nota-se que o discurso ambiental das ONGs Transnacionais é marcado por complexas formas de sensibilização dos seus públicos de interesse e diversificadas construções imagéticas em torno da Sustentabilidade Amazônica. Este estudo propõe uma reflexão sobre os processos de significação e as práticas discursivas das ONGs Transnacionais ligadas ao movimento ambientalista, estabelecendo relações entre o discurso da Sustentabilidade Amazônica, a construção de imaginários e a “espetacularização do verde” no mundo globalizado. Têm-se como objeto analítico os sentidos discursivos de recursos midiáticos (conteúdos dos sites institucionais, publicações, anúncios de jornais e revistas, relatórios institucionais, vídeos e postagens em mídias sociais) utilizados pelas ONGs Transnacionais para disseminar informações sobre a Amazônia e o seu Desenvolvimento Sustentável no período entre 2010 e 2016. Para isso, utilizou-se a Análise do Discurso da linha francesa como eixo teórico-metodológico, sendo empregada para examinar o movimento interno dos textos, suas supressões, inclusões, não-ditos, questões ideológicas, saliências ou apagamentos, reveladores dos posicionamentos dos sujeitos enunciadores. Durante o processo de análise do discurso das ONGs Transnacionais Greenpeace e WWF, notou-se que os sentidos de sustentabilidade amazônica efetivam-se por meio das seguintes categorias: “globalização econômica”, “poder simbólico”, “natureza imaginária”, “autoridade científica”, “sociodiversidade artificial” e “mercantilização/ moda”. Sustentamos que as ONGs, basicamente, têm três formas de representar a Amazônia: baú de recursos, natureza espetacular e mercadoria. O discurso das ONGs Transnacionais, como pode ser percebido pela análise dos textos, é ecocêntrico, contraditório e equivocado. Essas formações discursivas foram construídas a partir de preconcepções suscitadas por conceitos historicamente datados. Destaca-se que o lugar de fala das ONGs Transnacionais é construído por meio de respaldado científico e pelas nuances do poder, caracterizado pelas articulações políticas e econômicas. As ONGs Transnacionais Ambientalistas Greenpeace e WWF, utilizando-se de vários recursos discursivos, buscam produzir imagens da Amazônia de acordo com as suas perspectivas de mundo e impor a aceitação globalizada dessa imagem como realidade. Contudo, existe ainda um esquecimento do rico patrimônio cultural dos amazônidas