Estudo químico e atividades farmacológicas em esponjas de água doce da Amazônia

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Bolson, Glaucia Cristina Manço da Costa
• Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/6077163372841511, https://orcid.org/0000-0003-1732-4346
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas; Faculdade de Ciências Farmacêuticas; Brasil; UFAM; Programa de Pós-graduação em Inovação Farmacêutica
• Palavras-chave em Português: Animais de água doce - Amazônia; Produtos naturais - Amazônia; CIENCIAS DA SAUDE: FARMACIA; CIENCIAS EXATAS E DA TERRA: QUIMICA: QUIMICA ORGANICA: QUIMICA DOS PRODUTOS NATURAIS; Esponja; Bioatividade; Esteróis; Metaboloma; Amazônia
• Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8767

As esponjas (filo Porífera), são animais aquáticos, com exemplares marinhos e de água doce. Embora encontradas em várias regiões, as esponjas de águas doce constituem uma das faunas menos conhecidas em todo o mundo. Sendo a maioria dos estudos relatados com esponjas marinhas. As esponjas possuem um enorme potencial biotecnológico na pesquisa de produtos naturais devido às diversas atividades biológicas. Assim como as esponjas marinhas, que apresentam vários compostos bioativos (por exemplo, alcalóides, macrólidos, peptídeos, policetídeos, quininas, esteróis e terpenóides), espécies de esponjas de água doce são relatadas como quimicamente constituídas por ácidos graxos e esteróis. No estudo químico de esponjas de água doce, os esteróis merecem atenção devido à grande diversidade que apresentam e o grande potencial biológico. Os compostos produzidos por esponjas são recursos naturais importantes, podendo levar à produção de medicamentos para auxiliar principalmente no tratamento de doenças neurodegenerativas e malária. Devido a ausência de estudos químicos e biológicos desses organismos na Amazônia, foi que motivou a realização de trabalhos na região devido a grande ocorrência destes. O presente trabalho teve como objetivo, caracterizar e identificar composto químicos a partir do metabolismo de esponjas por meio de análise metabolômica e avaliar a inibição da acetilcolinesterase e butirilcolinesterase (AChE e BuChE) e a inibição do Plasmodium falciparum, dos extratos em metanol de esponjas de água doce da Amazônia (Drulia uruguayensis, Drulia cristata, Drulia browni e Metania reticulata). Para verificar o perfil químico dos extratos, foram realizadas análises em espectrometria de massas por inserção direta e cromatografia líquida de alta eficiência acoplado a um detector de espectrometria de massas de alta resolução. Para verificar à atividade inibitória da acetilcolinesterase foi utilizado o método de Ellman, modificado por Lima e a atividade inibitória do P. falciparum foi de acordo com a plataforma da FIOCRUZ-AM. Todos os extratos inibiram a AChE, porém, nenhuma atividade foi observada em relação à BChE. O extrato de Drulia uruguayensis apresentou maior inibição a AChE, com IC50 = 1,04 mg/mL. Para atividade antiplasmódica, todas as espécies apresentaram inibição a P. falciparum, mas a amostra de Metania reticulata foi a mais eficiente com IC50 = 2,7 μg/mL. A análise metabolômica realizada por espectrometria de massa evidenciou a presença de biomarcadores que auxiliaram na diferenciação das espécies, os biomarcadores encontrados nos extratos ativos foram identificados como ácidos graxos e esteróis. Os metabólitos das esponjas de água doce apresentam poucos estudos na literatura, no entanto com os resultados obtidos, auxiliou no enriquecimento e significância dos estudos com esponjas de água doce, que já comprovam que na região Amazônica as esponjas possuem metabólitos com atividades semelhantes às marinhas.