Avaliação de espécies vegetais nativas e adaptadas do estado do Amazonas contra aedes aegypti, vetor responsável por diferentes doenças de impacto na saúde pública

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Aimêe Almeida de
Outros Autores: https://lattes.cnpq.br/1114015936585902
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Química
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9336
Resumo: As espécies botânicas alvo deste trabalho, Ampelozizyphus amazonicus (Ducke) (Rhamnaceae), Alpinia zerumbet (B.L. Burtt & R.M. Sm.) (Zingiberaceae), Blepharocalyx sp. (Kiaerskou; L.R. Landrum) (Myrtaceae), Endlicheria sp. (Meisn.; C.K. Allen) (Lauraceae), Virola sp. (Warb) (Myristicaceae), Bocageopsis sp. (Mart.) (Annonaceae), Origanum vulgare L. e Thymus vulgaris L. (Lamiaceae), podem ser encontradas no estado do Amazonas, e em outras regiões da Amazônia brasileira. Estas plantas possuem ampla utilização na medicina popular e apresentam diversas classes de metabólitos secundários na constituição química de suas partes vegetativas. No presente estudo o extrato de A. amazonicus foi testado quanto a sua atividade antioxidante por meio da capacidade de sequestro do radical estável 2,2-difenila-1-picrilhidrazila (DPPH), utilizando quercetina como padrão. Os extratos em metanol dos caules finos e dos caules grossos de A. amazonicus, com capacidade de sequestro igual a (CS50) 119,06 ± 0,62 μg/mL e 125,03 ± 0,68 μg/mL, respectivamente, apresentaram atividade semelhante. No teste de toxicidade frente à Artemia salina os chás dos caules grossos utilizando duas metodologias diferentes, apresentaram atividade moderada com concentrações letais medianas de 125,8 e 198,0 µg/mL, respectivamente. A simulação digestiva in vitro realizada com os chás do caule fresco e seco de A. amazonicus permitiu um melhor entendimento das possíveis reações enzimáticas ocorridas no trato gastrointestinal devido às mudanças no perfil cromatográfico observada para os preparados na forma de chá, utilizando metodologias diferentes de extração. As substâncias 5-allil-1-(2,3,4,-tris-O- benzoilpentofuranosil)-2,4(1H,3H)-pirimidinediona (tR 5,5 min. e [M-H]- m/z 595,1665) e phloretin-3’,5’- di-glicosideo (tR 8,6 min. e [M-H]- m/z 597,1834) foram identificadas como as substâncias majoritárias nos perfis cromatográficos dos chás de A. amazonicus e cujos sinais no cromatograma, após os processos digestivos in vitro, diminuiram. As análises dos voláteis da espécie A. zerumbet obtidos através da técnica de Headspace indicaram os terpenos 1,8-cineol e 1,4-terpineol como substâncias majoritárias para todas asamostras analisadas, como valores acima de 10% da composição dos voláteis. Para as espécies Blepharocalyx sp., Endlicheria sp., Virola sp., Bocageopsis sp., Origanum vulgare e Thymus vulgaris, foi observado que todos os óleos essenciais mostraram toxicidade para as larvas de Aedes aegypti, sendo as espécies Virola sp. e O. vulgare com os menores valores de concentração letal mediana para 24 horas, de 36,6 μg/ mL e 37,5 μg/mL, respectivamente. Nos testes com os mosquitos adultos de Ae. aegypti os óleos das espécies Bocageopsis sp., Virola sp. e T. vulgaris apresentaram alta atividade adulticida, com CL50 de 12,5 µg/mL, 12,7 µg/mL e 12,8 µg/mL, respectivamente. Os resultados obtidos da ação repelente dos óleos de O. vulgare e T. vulgaris demonstram potencial nas concetrações de 0,5% com um percentual de escape de 37,8% e 68,9%, respectivamente. Os cálculos de docking e a dinâmica molecular realizada para os terpenos 4- terpineol, carvacrol, timol, cimeno e terpineno, no sítio ativo da proteína AeSCP-2, revelou potencial atividade larvicida para os óleos essenciais com maiores concentrações de 4-terpinenol, carvacrol e timol. Os resultados apresentados para os extratos e óleos essenciais estudados demonstram a importância da investigação química e biológica das espécies vegetais elencadas para o desenvolvimento de tratamentos profiláticos ou para ação no combate de vetores responsáveis pela transmissão de doenças de impacto na saúde pública.