Análise da quiescência em Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) e influência sobre parâmetros biológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: OLIVA, Luciana Oliveira
Orientador(a): ALBUQUERQUE, Cleide Maria Ribeiro de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32813
Resumo: Em resposta a condições ambientais desfavoráveis, ovos de Aedes aegypti (L.) podem entrar no estado de quiescência, característica que favorece a dispersão do mosquito e reinfestação de áreas tratadas, dificultando as medidas de controle. Intrinsecamente associada a esse processo está a formação da cutícula serosa (CS), camada que envolve e protege o embrião, particularmente contra a dessecação. No entanto, o impacto da quiescência sobre parâmetros biológicos associados à dinâmica populacional e capacidade vetorial, bem como o papel da CS na proteção do embrião contra a ação de larvicidas usados pelos programas de controle, ainda são pouco conhecidos. Nesse trabalho, comparou-se a viabilidade, tempo inicial de eclosão, desenvolvimento pós embrionário, taxa de emergência, proporção sexual, tamanho do adulto, fecundidade e fertilidade a partir de ovos quiescentes (10, 40, 70, 100, 130 e 160 dias) de duas populações de Ae. aegypti (Recife e Aracaju). Investigou-se também se o contato de ovos quiescentes (10, 40 e 70 dias) com o Sumilarv® 0,5 G (0,01 mg de pyriproxyfen / L), antes (2 h) e após a formação da CS (24 h), poderia afetar a sua viabilidade. Finalmente, foi determinado o perfil da expressão do gene quitina sintase (AaCHS1a) durante o desenvolvimento da CS, em ovos com idades entre 6-9, 11-13 e 15-18h após a oviposição, usando PCR quantitativa em tempo real. Resultados obtidos mostraram que a quiescência promoveu um maior custo energético para população de Aracaju (viabilidade máxima de 100 dias) do que em Recife (130 dias). A razão sexual foi alterada com maior produção de machos nas duas populações. Proporcionalmente, na população de Recife, a taxa de emergência foi mais elevada em ovos mais velhos comparada a Aracaju. Tempo inicial de eclosão, tamanho do adulto, fecundidade e fertilidade não foram afetados pela quiescência nas duas populações de mosquitos. Foram registradas diferenças interpopulacionais quanto à sensibilidade à ação do pyriproxyfen, com maiores reduções nas taxas de eclosão em ovos quiescentes na população de Aracaju. Nenhuma diferença significativa na viabilidade dos ovos foi registrada em função da ausência ou presença da CS. Perfis da expressão para AaCHS1a foram similares para Recife e Aracaju, com quantidade elevada de transcritos entre 15-18h. Esses dados indicam um custo diferencial da quiescência e do pyriproxyfen em populações distintas de Ae. aegypti e que esse efeito se mostrou independente da presença da CS.