Atividade gastroprotetora do óleo essencial das folhas de Eugenia pohliana DC. (Myrtaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: LIMA, Jucielma Silva de
Orientador(a): LIMA, Vera Lúcia de Menezes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/52278
Resumo: Eugenia pohliana DC. (Myrtaceae), é uma espécie nativa do Brasil, conhecida como maça do mato. O gênero Eugenia é reconhecido por suas moléculas bioativas, evidenciando benefícios terapêuticos comprovados, incluindo propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e anticancerígenas. O estudo buscou avaliar a ação gastroprotetora do óleo essencial das folhas de Eugenia pohliana (OEEP) em modelos agudos e crônicos de úlcera gástrica, sua atividade anti-Helicobacter pylori e a toxicidade aguda. A atividade gastroprotetora foi estudada em modelos ulcerogênicos induzidos por etanol, etanol/HCl, anti-inflamatório não esteroide e ácido acético. As vias de administração oral e intraperitoneal também foram avaliadas, utilizando o modelo de barreira física. Verificou-se também a secreção de ácido gástrico, quantificação da concentração de muco e o efeito anti-Helicobacter pylori. O estudo investigou o impacto do estresse oxidativo no efeito gastroprotetor (MDA, GSH e MPO), assim como os mecanismos de ação possíveis do óleo essencial. Isso incluiu a análise da contribuição dos grupamentos sulfidrílicos (-SH) e do óxido nítrico (NO). Na análise química, foram identificados 62 componentes no óleo essencial, incluindo monoterpenos e sesquiterpenos. Destacam-se β-cariofileno, γ-elemeno, α-muuroleno, γ-cadineno, δ-cadineno, spathulenol, globulol, viridiflorol, ledol, muurolol, copaenio e α-cadinol. Na avaliação da toxicidade aguda do OEEP (2000 mg/kg), não ocorreu morte nem sinais comportamentais anormais em 14 dias de observação. O OEEP apresentou atividade gastroprotetora em todos os modelos estudados. Nos métodos experimentais, os resultados foram expressos em percentual de redução da área ulcerada. O primeiro método farmacológico a ser avaliado foi o modelo de etanol absoluto nas doses de 1, 3, 10 e 30 mg/kg e foi capaz de reduzir o índice de lesão ulcerativa pelo etanol em 31; 46; 67; 74% quando comparados ao grupo controle. Dada a ausência de diferença estatística entre 10 e 30 mg/kg, a dose de 10 mg/kg foi selecionada para seguir nos modelos experimentais. Na úlcera induzida por etanol/HCl, foi observado que o OEEP (10 mg/kg) reduziu a lesão 48,2 % em comparação ao grupo controle. Na úlcera induzida por piroxicam, o OEEP (10 mg/kg) reduziu a área ulcerada em 96,3% em relação ao grupo controle. Na indução por ácido acético, o OEEP (10 mg/kg) reduziu o dano gástrico em 70%, quando comparado ao grupo controle. No teste de barreira física com o OEEP, não houve diferença estatística entre as vias de administração oral e intraperitoneal. Na secreção gástrica, verificou-se que a ação inibitória da secreção de ácido gástrico tem envolvimento na atividade gastroprotetora do OEEP. Nos mecanismos de ação avaliados, o OEEP mostrou-se dependente do óxido nítrico (NO) e independente de -SH. Foi possível identificar que o efeito do OEEP não atuou na secreção de muco gástrico. No método anti-Helicobacter pylori o OEEP apresentou CMI de 0,001% e CMB de 0,01% e inibiu cerca 45% da urease em todas as concentrações. Portanto, o óleo essencial das folhas de Eugenia pohliana é eficaz contra lesões gástricas induzidas por agentes nocivos, possui ação antibacteriana e cicatrizante, apoiando a hipótese da eficácia do uso popular desta espécie.