Aprender a interagir: tensões e lições da educação permanente em saúde na atenção domiciliar na Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cunha, Davi Araújo da
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/6575563179439510, https://orcid.org/0000-0002-3183-5807
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Educação
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7955
Resumo: A proposta da educação permanente em saúde ocorre no território da micropolítica como trabalho vivo em ato, nos agires cotidianos dos sujeitos, na relação entre si e nos cenários em que se encontram. O fazer público em saúde envolve diversas dimensões: a gestão, a política, o ensino e a atenção. Para compreender a proposta de educação permanente realizada no contexto amazonense propõe-se esta investigação envolvendo a dimensão do ensino, e buscou na educação, contribuições para responder ao problema de pesquisa. Objetivos: a) Compreender o processo de educação permanente em saúde do Serviço de Atenção Domiciliar no município de Manaus-AM, na perspectiva dos profissionais de saúde e de cuidadores; b) Elaborar plano de ação para avaliação de necessidades de educação permanente em saúde no Serviço de Atenção Domiciliar, e, c) Planejar uma intervenção educativa em saúde para o Serviço de Atenção Domiciliar a partir das necessidades identificadas. Buscou-se na pesquisa psicológica histórico cultural, na pedagogia dialógica e nos conceitos que sustentam a Política de Educação Permanente em Saúde, principalmente, elementos psicológicos para a construção do referencial teórico. A pesquisa-ação foi adotada por ser considerada uma pesquisa social e de cunho qualitativo, além de sua coerência com os pressupostos da educação permanente e demais referenciais. O primeiro momento da pesquisa contemplou 9 participantes, sendo 5 profissionais de saúde da atenção domiciliar e 4 cuidadores que atuam na Atenção Domiciliar, que participaram de entrevistas individuais semiestruturadas. No segundo momento, foi intencionalmente formado Grupo de Discussão com 6 profissionais de saúde da atenção domiciliar que participaram de três encontros. As narrativas gravadas e transcritas dos dois momentos foram submetidas à análise do Discurso do Sujeito Coletivo, processo metodológico que objetiva explicitar dada representação social e parte do pressuposto de que é possível uma coletividade falar como se fosse apenas um indivíduo. Os principais resultados apontam para o desconhecimento da educação permanente em saúde como política, como conceito e como método indutor de transformações da formação e da atuação em saúde, com forte possibilidade da mesma dificuldade está presente em outros serviços geridos pela secretaria de saúde. No entanto, há um incipiente movimento de fortalecimento da política e de seus pressupostos demonstrado pela gestão local da atenção domiciliar no sentido de aumentar a participação e o envolvimento de maior número de pessoas no processo decisório e nas formas de comunicação. Existem desafios para o estabelecimento de encontros potentes para gerar mudanças pessoais e na própria organização do trabalho devido comunicação prejudicada. O planejamento educativo em saúde proposto e desenvolvido pelo grupo revelou uma equipe multidisciplinar atuando de forma disciplinar, mas, ao mesmo tempo, uma equipe que admite e rejeita essa realidade e com forte tendência de superação. As considerações finais apontam que foram dados impulsos para profissionais de saúde e cuidadores da atenção domiciliar refletirem criticamente sobre a dimensão de sua atividade construída nas vicissitudes do cotidiano, ao mesmo tempo em que denuncia que a pretensa capilaridade da educação permanente em saúde como política estabelecida é ainda um desafio monumental e a pessoa que trabalha na saúde um educador que ainda não se reconhece como tal.