Avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde geral e bucal, e seus fatores associados em pessoas trans no Amazonas

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Dall'Alba, Açucena Amâncio
• Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7732771315119022
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas; Faculdade de Odontologia; Brasil; UFAM; Programa de Pós-graduação em Odontologia
• Palavras-chave em Português: .; CIENCIAS DA SAUDE: ODONTOLOGIA; Pessoas transgênero; Travestilidade; Qualidade de vida; Doença periodontal; Autorrelato
• Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10195

Pessoas trans, quando comparadas à população cisgênero, experienciam diversas situações de discriminação que interferem negativamente no seu cotidiano. O estresse psicossocial tem o potencial de afetar os domínios físico, psicológico e de bem-estar, que corroboram para o comprometimento da QVRS. Além disso, o estresse e as alterações hormonais peculiares as pessoas trans, podem impactar na sua saúde bucal, inclusive no periodonto. Apesar do aumento do interesse científico sobre as experiências trans e sobre a QVRS os estudos que investigam a QVRS nesta população são escassos. Este estudo observacional transversal avaliou a QVRS, seus fatores associados e como esses desfechos se relacionam com a saúde periodontal em pessoa trans em um centro de referência na cidade de Manaus, Amazonas. Os dados foram coletados por meio de questionários aplicados através de entrevistas, que incluíram as perguntas e os instrumentos validados para mensuração das variáveis. No modelo foram incluídos: Gênero, Condições crônicas; Comportamentos relacionados a saúde; QVRS, QVRSB, Características socioeconômicas; Apoio social e status periodontal autorreferido. Foram incluídos 71 participantes, tendo 50,70% identificado-se como mulheres trans, 40,85% homens trans, 2,8% travestis e 5,6% não-binários, com média de idade 30,08 anos. O componente físico do SF-12 apresentou escore 44,56 (DP=7,82) e o componente emocional, 38,41 (DP=11,08). O aspecto emocional foi o domínio mais afetado. As pessoas trans que referiram ter trabalho remunerado apresentaram melhor QVRS (componente mental), enquanto ter vivido em situação de rua associou-se com pior QVRS física. A análise mostrou que pior condição periodontal autorreferida foi associada a piores escores do OHIP-14 e do componente mental do SF-12. Concluiu-se que as pessoas trans usuárias de um serviço de saúde especializado, localizado no município de Manaus, Amazonas, Brasil, apresentaram pior QVRS que a população brasileira, tendo sido o componente mental pior que o componente físico. A QVRS de homens trans foi semelhante à de mulheres trans e travestis. Pessoas trans que declararam raça/cor branca apresentaram melhor QVRSB. Ter uma pior condição periodontal autorreferida foi associada à pior QVRSB e a pior componente mental da QVRS.