A geografia do ensino médio influencia a leitura crítica do mundo?

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Carvalho, Mirian da Silva
• Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/4561785403819575
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas; Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais; Brasil; UFAM; Programa de Pós-graduação em Geografia
• Palavras-chave em Português: Geografia - Ensino médio; Educação - Aspectos sociais; CIÊNCIAS HUMANAS: GEOGRAFIA
• Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7217

Este estudo foi desenvolvido a fim de compreender as metodologias de aprendizagem aplicados à Geografia na escola Estadual Sant’Ana, localizada no município de Manaus. Buscou-se identificar as deficiências da estrutura educacional, como também as demandas e especificidades de uma aprendizagem geográfica realmente válida. Desenvolvemos uma discussão sobre o processo de acesso à educação no Brasil e sua consequência na conjuntura social contemporânea. Buscamos desenvolver alternativas onde a Geografia, mesmo inserida em um sistema tradicional e disciplinar possa ser trabalhada dentro de uma perspectiva mais democrática, numa escola pensada com e para os estudantes procurando responder se essa Geografia escolar permite o desenvolvimento de uma maior fluidez na leitura do mundo. Para alcançarmos esse entendimento trabalhamos na perspectiva da pesquisa participante, que implica convívio intenso com a escola. Foram realizadas cerca de 175 entrevistas com estudantes, educadores, secretários e gestores; rodas de conversa nas salas de aula e, posteriormente, oficinas com cartazes interativos contendo os principais questionamentos do plano de trabalho. Realizamos também levantamento bibliográfico sobre a problemática e sobre experiências alternativas dentro do campo de metodologias de aprendizagem. Um dos resultados da pesquisa, demonstra que a comunidade escolar analisada possui tendências democráticas em desenvolvimento, com destaque para a criação do Projeto Político Pedagógico e a formação do Grêmio Estudantil, e a expressiva quantidade e qualidade dos projetos desenvolvidos na escola. Salientamos que dentro do maçante sistema de ensino atual, desenvolver atividades (inclusive geográficas), que priorizem a autonomia e que deleguem aos estudantes parte da responsabilidade sobre o que eles aprendem, driblar o sistema convencional. E é possível se, tivermos um corpo docente aberto às novidades, uma gestão pedagógica que incentive o empreendedorismo intelectual e profissional de toda a escola. Ler o mundo é ter a capacidade de “conversar” com vários saberes, formar opinião respeitando as demais, e ter a capacidade de dar respostas aos problemas que afligem seu lugar. A geografia pode proporcionar uma leitura crítica do mundo, dependendo das metodologias de aprendizagens usadas, da formação e comprometimento dos professores com a educação como mecanismo evolutivo, assim como, da abertura das escolas às plurais inovações de cunho pedagógico, ideológico ou democrático.