Educação, Identidade e Escola entre os Kambeba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fonseca, Kácia Neto de Oliveira
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8063119732258322
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Educação
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6807
Resumo: A escola indígena está em processo de construção, ela caminha para consolidação dos direcionamentos trazidos pelas legislações que tratam da estruturação e sistematização desta escola. Os professores indígenas são bastante cobrados para aperfeiçoarem este espaço, contudo lhes faltam amparo técnico, formação acadêmica e apoio financeiro. Não existe um contexto prático de políticas governamentais que forneçam subsídios, para que a escola indígena se efetive dentro dos parâmetros legais, existe o contexto legal, mas seguindo uma tendência neoliberal de que a escola está na comunidade, portanto atendendo aos estudantes, o que não importa a qualidade deste ensino e sim a quantidade de alunos alcançados. A coletividade tem a incumbência de construir uma autonomia e tomada de decisão dentro da escola, de forma que levem aos alunos experiências, visando autoafirmação identitária, ligada aos projetos societários do coletivo. Os professores e equipe escolar têm um papel a cumprir na escola indígena, esse caminho leva à execução de atividades pedagógicas ligadas aos elementos culturais da etnia, refazendo o caminho de negação e assimilação, a qual envolve a historicidade do contexto escolar dentro das comunidades indígenas. Diante disto, esta pesquisa buscou analisar que elementos culturais e sociais a Escola Municipal Rural Indígena Pe. Augusto Cabrolié apresenta como sendo propulsores para a identificação do povo Kambeba da Barreira da Missão, Comunidade Betel, Município de Tefé-AM. Para isso, buscamos compreender o fenômeno nas suas singularidades, por meio do método hermenêutico-dialético e nosso caminhar contou com observação direta, entrevista semiestruturada e diário de campo. Tivemos 98 (noventa e oito) participantes da pesquisa, organizados entre professores indígenas e não-indígenas, pedagogo, gestor, pais de alunos, lideranças e alunos da Comunidade Betel. Os resultados apontam para um processo lento na construção da escola indígena, com a introdução de alguns elementos culturais no contexto de vivência escolar dos alunos. Os professores indígenas introduzem aspectos culturais nas aulas como: o grafismo, a música, a dança, a pintura corporal, atividades com objetos do cotidiano indígena e o processo da revitalização da língua materna. Isso tem se dado de forma fragmentada, porque a escola conta com professores não-indígenas no quadro funcional e esses professores desconhecem as tradições culturais do grupo Kambeba e nas aulas desses professores o diálogo intercultural acontece de forma assimétrica.