Educação intercultural e bilíngue do povo Kambeba: apontamentos sobre a cultura linguística, específica e diferenciada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Raimundo Cruz da
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7507104633952242
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Educação
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10484
Resumo: A preservação da cultura e da identidade do povo Kambeba enfrenta desafios crescentes devido às transformações contemporâneas, como o avanço tecnológico e a globalização, que afetam seu modo de vida e autopercepção. Essas mudanças impactam a afirmação identitária, a luta por direitos e o acesso aos serviços, como educação e trabalho. Nesse cenário, a escola indígena desempenha um papel essencial, pois é o espaço onde a interculturalidade pode ser consolidada e a identidade Kambeba fortalecida. Logo, o objetivo geral desta pesquisa é discutir a educação intercultural e bilíngue no contexto da Escola Indígena Municipal Kanata T-ykua. Para alcançar esse objetivo, a pesquisa se desdobra em cinco objetivos específicos: (I) registrar a história da educação intercultural Kambeba da Escola Indígena Municipal Kanata T-ykua, (II) conhecer os desafios para a construção de uma educação intercultural e bilingues, (III) evidenciar as características da educação intercultural desenvolvida no Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal Kanata T-ykua (IV) e nas práticas docentes dos professores indígenas que atuam na escola. (v) identificar as lacunas/deficiências da atuação do poder público na efetivação da implementação de políticas para educação intercultural Kambeba. Com estes objetivos, buscou-se responder as seguintes perguntas: Qual a história da educação intercultural Kambeba da comunidade de Três Unidos e como a citada educação pode contribuir para a construção identitária do povo Kambeba em sua relação com a sociedade envolvente? A partir da questão principal, procuramos responder as questões que irão nortear a investigação: Qual a história da educação Kambeba? Quais as características da educação intercultural desenvolvida no Projeto Político Pedagógico da Escola Indígena Municipal Kanata T-ykua? Quais os desafios enfrentados pelos líderes Kambeba para a construção de uma educação intercultural, bilingue e como a educação escolar indígena pode contribuir para a construção identitária do povo Kambeba em sua relação com a sociedade envolvente? O referencial teórico são os estudos de Valéria Weigel (2000), Paredes (1996), Mariana Ferreira (2001) e Catherine Walsh (2007). Os procedimentos metodológicos utilizados foram da pesquisa documental e da pesquisa narrativa, com uso do instrumento relato de experiência. A questão metodológica pautou-se na pesquisa documental e relato de experiência com abordagem qualitativa, devido à impossibilidade de realizar pesquisa de campo durante uma pandemia. Foram analisados documentos da escola indígena Kanata T-ykua e registros de convivência com os Kambeba. A análise se baseou em narrativas autobiográficas e pesquisa bibliográfica para embasar o referencial teórico. Conclui-se que, este trabalho analisa a educação intercultural e bilíngue do povo Kambeba na aldeia Três Unidos, destacando a Escola Indígena Municipal Kanata T-Ykua como central na revitalização da língua e cultura Kambeba. A escola promove a reafirmação identitária através de projetos societários que integram saberes tradicionais e conhecimentos científicos. O estudo enfatiza a importância da escola na valorização das tradições, no fortalecimento da identidade e na mobilização para garantir os direitos indígenas, além de destacar a resistência contínua dos Kambeba frente à negação de sua presença e direitos.