Avaliação do estado de conservação da população urbana de Boa Constrictor (serpentes) em Manaus, Amazônia brasileira
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas BR UFAM Programa de Pós-graduação em Diversidade Biológica |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3621 |
Resumo: | Atualmente quase 1/5 das espécies de répteis está ameaçada de extinção no mundo. Nesse cenário iminente de perda biológica, o crescimento acelerado da população humana e o adensamento urbano são considerados ameaças globais à diversidade reptiliana, mediante a destruição, modificação e homogeneização do ambiente natural, muito além dos limites da sede do município. Na paisagem urbana em expansão, as serpentes figuram entre os répteis primariamente impactados devido as suas peculiaridades ecológicas e comportamentais, as quais geralmente despertam temor em humanos ocidentais. Manaus, a cidade mais populosa do bioma Amazônia, desde a primeira década do século XXI vem acelerando a expansão da sua área urbana de forma desordenada sobre a floresta contínua circundante. Entre os vertebrados diretamente afetados por esse processo de degradação dos hábitats está a jiboia (Boa constrictor). Essa serpente, apesar de poder atingir até 4,2 m de comprimento total, consegue persistir em ambientes modificados, e tem sido um dos vertebrados com maior número de resgates pelo pode público em Manaus na última década. Entre 09/2010 e 11/2012, foram avaliados 222 exemplares de B. constrictor que foram resgatados na área urbana da capital amazonense. A frequência elevada de indivíduos de basicamente todos os tamanhos/idades, de ambos os sexos e distribuídos por toda a área urbana de Manaus indicou que a capital amazonense ainda comporta uma população robusta de B. constrictor. Não ocorreu relação entre a chuva acumulada nas últimas 24 horas e a ocorrência de resgates, indicando que as B. constrictor em Manaus não são simplesmente levadas pela chuva intensa, o que favoreceria a sua visualização pelos munícipes e o acionamento do resgate. Pelo contrário, a taxa de resgate pareceu refletir a movimentação sazonal da espécie-alvo, sendo que a precipitação mensal acumulada explicou 45% da variância do número de B. constrictor resgatadas nos respectivos meses. A razão sexual (macho/fêmea) geral foi de 0,7, indicando tendência enviesada para fêmeas, o que também se manteve na razão sexual (0,8) entre as zonas administrativas de Manaus. Número maior de resgates (55%) ocorreu na região da cidade que possui maior proximidade com a floresta contínua. Também foi evidenciado que a população de B. constrictor na área urbana de Manaus está infestada principalmente pelos carrapatos Amblyomma dissimile e secundariamente por Amblyomma aff. rotundatum. A prevalência e a intensidade média (n0 total de carrapatos/n0 total de serpentes) altas em todas as zonas administrativas, e ao longo dos meses em Manaus, indicaram que a infestação é aparentemente crônica por toda a cidade, ao longo de todo o ano. A ausência de relação evidente entre a área superficial e o número de habitantes com o número de resgates de B. constrictor por zona administrativa de Manaus não era esperado, e evidenciou o quanto o esforço de resgate público pode ser uma possibilidade única de obter informações robustas sobre a biologia, a ecologia e o estado de conservação de espécies crípticas como a jiboia - Boa constrictor. |