As doenças parasitárias na Educação Popular: uma proposta metodológica na formação permanente de professores da Educação de Jovens e Adultos de Manaus
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8448 |
Resumo: | A Educação de Jovens e Adultos - EJA é uma modalidade de ensino bastante difundida no Brasil e procurada por um número expressivo de estudantes que buscam investir na retomada dos estudos, por motivos variados. Seu público é formado por pessoas que carregam biografias, anseios e conhecimentos diversos, que precisam ser incorporados nas práticas docentes. Ainda que saibamos que os processos formativos sejam fundamentais para o ensino geral e na EJA, evidencia-se, comumente, práticas docentes com abordagens conteudistas e descontextualizadas. Este estudo qualitativo, tem como objetivo analisar, por meio da Investigação Temática - IT, de que maneira metodologias educacionais alicerçadas na educação popular e no universo temático do educando, poderiam contribuir nos processos de formação permanente do professor e no ensino de Biologia na EJA, com foco na temática universal das doenças parasitárias intestinais, comuns e importantes, porém negligenciadas. Buscou-se, para tal, pesquisas sobre formação e ensino, que investigam os saberes dos estudantes e também um embasamento nos pressupostos freirianos, que defendem uma pedagogia problematizadora, dialógica, criticizadora e, acima de tudo, humana, que valorize os conhecimentos dos estudantes, no intuito de aproximá-los dos conhecimentos tradicionais e científicos. Em paralelo, fez-se levantamento de quais metodologias estão sendo utilizadas pelos docentes de Biologia, ao abordarem o tema das parasitoses. Durante a execução do trabalho, as investigações foram realizadas in loco, numa escola da EJA/Manaus, com alunos e professores de Biologia do 2º Fase/Noturno. No decorrer da IT, devido à Pandemia do novo Coronavírus, foram priorizadas as etapas do Levantamento Preliminar da Realidade – LPR (abordagem inicial, questionários e entrevistas) e da Codificação, para nossas análises, discussões e metas. Ao se investigar os professores participantes da pesquisa, constatou-se que estes utilizam práticas, predominantemente, tradicionais, que remetem à “educação bancária”, priorizam a disciplinaridade, indicam estar desmotivados, desacreditados no modelo EJA e no potencial dos estudantes, além de alegarem carência de recursos e materiais didáticos na escola. Sobre o tema das parasitoses, os educadores reconhecem sua importância, porém raramente ou nunca abordam este conteúdo nas aulas. Os estudantes têm idade entre 18 e 62 anos e afirmam ter confiança nos professores, escola e ensino, no entanto, sobre as enteroparasitoses, expressaram pouca afinidade e conhecimento genérico, apesar de demonstrarem que, boa parte do que sabem, foi aprendido com seus pais, avós e bisavós, principalmente sobre o tratamento de doenças, apesar de usarem preferencialmente remédios alopáticos aos naturais, o que pode indicar um enfraquecimento da transmissão de conhecimentos tradicionais, no contexto da vida urbana. Os resultados desta investigação indicam que conhecer e compreender o universo temático do aluno por meio da IT, é viável e pode proporcionar elementos formativos essenciais para a prática docente, ao valorizar a realidade e o conhecimento do aluno, em busca de uma consciência reflexiva e crítica, disseminando os conhecimentos tradicionais. Ao fim do trabalho, apresenta-se uma proposta metodológica alicerçada nas discussões e resultados desta investigação dialógica, construída a partir de dois encontros entre professores, alunos e pesquisador. |