Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ: frequência, conhecimento e educação em saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Siqueira, Mayara Perlingeiro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6191
Resumo: O parasitismo intestinal ainda se constitui um dos mais sérios problemas de Saúde Coletiva no Brasil, principalmente pela sua correlação com o grau de desnutrição das populações, afetando especialmente o desenvolvimento físico, psicossomático e social de escolares. Além das condições precárias de higiene e das dificuldades econômicas, o desconhecimento sobre medidas preventivas contribui para que as populações menos favorecidas e, em especial, as crianças, se tornem o principal grupo em frequência de parasitoses intestinais. Vários recursos têm sido propostos como instrumentos auxiliares no processo de ensino, aprendizagem em saúde e da educação em saúde, que representa uma das ferramentas indispensáveis ao trabalho do profissional de saúde, devendo ampliar seu enfoque à criança, aumentando as possibilidades de se tornarem, na idade adulta, indivíduos com consciência crítica e com autoridade sobre as questões de saúde. Baseado neste contexto, o presente estudo objetivou avaliar a frequência de parasitoses intestinais em estudantes e funcionários de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, identificar os saberes e implementar ações educativas. Foram realizadas atividades de sensibilização aos membros da comunidade escolar, seguido de assinatura de termo de consentimento e entrega de coletores fecais com orientações de coleta. As amostras fecais foram processadas pelas técnicas de Baermann-Moraes, Faust et al., Ritchie modificada, Lutz e Kato-Katz. Foram coletados material subungueal, processados pela técnica de Ritchie modificada e aplicados questionários de identificação de saberes aos funcionários e estudantes do 3º ao 7º ano do Ensino Fundamental. Ao final, foi apresentada uma feira educativa com dez dinâmicas. Aderiram ao estudo 630/2528 crianças e 111/460 funcionários, dos quais 263 crianças e 70 funcionários entregaram amostras fecais. Das amostras fecais, 72 (27,4%) de estudantes e 13 (18,6%) de funcionários estavam positivas para formas evolutivas de parasitos. Foi encontrada maior positividade para protozoários, principalmente não patogênicos. Das 494 amostras de material subungueal analisadas, um estudante apresentou positividade para Enterobius vermicularis. Dentre os 335 escolares que preencheram o questionário de saberes, observou-se conhecimento adequado sobre habitat (47,5%), formas de prevenção (48,4%) e sintomatologia (45,1%). Desses, 43,6% detinham conhecimento inadequado sobre transmissão. A maioria (50,7%) associou verminoses a vermes e 2,7% apresentaram conhecimento sobre protozoários. Dentre os 62 funcionários, observou-se conhecimento adequado sobre definição, exemplos, habitat, transmissão, sintomatologia e formas de prevenção. Na feira, que foi avaliada positivamente pelas equipes pedagógicas, observou-se grande interesse e participação das crianças, além de motivação em aprender. A baixa positividade, com predomínio de protozoários, pode estar associada a mudanças ambientais que inviabilizam a manutenção de alguns ciclos parasitários, bem como ser reflexo da baixa adesão ao trabalho proposto nessas escolas. A presença de informações fragmentadas sobre o tema reforça a necessidade de implementação de ações educativas estimulando a participação e a aquisição da informação por parte dos estudantes, assim como a importância do fortalecimento do conteúdo sobre parasitoses intestinais dentro do ensino de ciências, possibilitando a ampliação do conhecimento correto, o que poderá vir a interferir no empoderamento da comunidade alvo em relação a parasitoses intestinais e melhora na qualidade de vida.