A visão das crianças sobre sua participação no contexto escolar: a vez e a voz da infância

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Karlsson, Juliane Karla Freitas
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5733244362261013
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia
BR
UFAM
Programa de Pós-graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2859
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo principal compreender como um grupo de crianças dos 1º e 5º anos de uma escola pública municipal de Manaus concebem e exercem a sua participação neste espaço. Considera-se que a participação infantil nos espaços públicos está cada vez mais nas pautas de discussão, tendo em vista a luta para a efetivação dos direitos sociais já respaldados em várias instâncias nacionais e internacionais. Para tanto, realizamos uma pesquisa de natureza qualitativa e interpretativa, pautada pela triangulação de métodos que enfatizam a construção dialética da compreensão do fenômeno, através da combinação e cruzamento de múltiplos pontos de vista, instrumentos e outras áreas do conhecimento. Por isso, a partir da observação participante com o registro sistemático em diário de campo, percebemos ao longo dos meses a ausência efetiva dos direitos das crianças de participar dos processos decisórios da gestão das atividades desenvolvidas no contexto escolar, devido às relações de poder estabelecidas, que condicionam a submissão da criança à hierarquia institucional. Nos 10 grupos focais realizados com pequenas turmas, possibilitamos um local no qual as crianças pudessem expressar suas ideias e sentimentos através da fala e dos desenhos sobre como participam da escola. Constatamos que elas em sua grande maioria, não se veem como sujeitos de direito nesse espaço e ainda propõem como solução para as crianças problemas o mesmo sistema punitivo da escola, reproduzindo uma cultura de vigiar e punir. Através das oficinas de fotografias digital e artesanal criamos um desvio metodológico no qual o objeto da pesquisa , i.e, as crianças, passou a pesquisar e subverter a sua participação na escola ao clicar o que mais gostavam do local. Todos os procedimentos nos ajudaram a comparar, analisar e interpretar as ações e falas das crianças sobre a sua participação no contexto escolar, através da psicologia históricocultural (que pensa a dimensão social do psiquismo humano) e pela pedagogia crítica (que entende a escola como um espaço de luta cujo fim deve ser a emancipação dos sujeitos). Concluímos que a escola está muito distante de contribuir para a formação subjetiva autônoma das crianças e, atualmente, a grande preocupação delas não é viver o presente, nem questionar o sistema escolar, mas esperar um futuro melhor, num tempo-espaço que justifica o estado atual das coisas. Assim, quando elas crescerem serão alguém; hoje não são ninguém, só estudantes