Significações atribuídas a animais sinantrópicos ou peçonhentos por estudantes de uma escola pública

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fernandes, Guilherme Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181846
Resumo: Em nosso atual contexto de conflitos entre o poder econômico e questões socioambientais, compreendemos a necessidade de um Ensino de Ciências e de Biologia que contrariem a falsa dicotomia absoluta entre humanidade e natureza, que vise uma educação emancipadora favorável à saúde pública de qualidade para todos e equilíbrio socioambiental, se opondo aos interesses individualistas do capital. Para este fim, o presente trabalho toma como tema “animais sinantrópicos”, discutidos no contexto curricular de documentos oficiais e da produção científica de educação, compreendendo a relação entre humanos e animais como mediação para apropriação de conteúdos. Tal tema é proposto através de pressupostos da psicologia histórico-cultural e da pedagogia histórico-crítica. A primeira possibilita neste trabalho uma compreensão da formação dos significados (sociais) e sentidos (subjetivos) dos sujeitos que compõem as suas significações, além das categorias “atividade” e “motivo” para discutir suas práticas. A segunda orienta o tema a partir da concepção de conteúdos clássicos para determinar o que deve ser ensinado e define o ponto de partida e o objetivo do ensino através do conceito de prática social. O objetivo deste estudo foi: identificar e analisar significações atribuídas a animais sinantrópicos por estudantes do Ensino Médio de uma escola pública do interior de São Paulo. Como objetivos específicos visou: identificar e analisar a relação das significações com o ensino escolar; identificar nos relatos dos participantes como eles lidam com os animais sinantrópicos; e fornecer princípios como subsídios para o ensino de Ciências e Biologia à luz da pedagogia histórico-crítica. O estudo teve caráter qualitativo, utilizando-se da formação de grupos de diálogo para a constituição dos dados. Foram compostos três grupos de estudantes do terceiro ano do Ensino Médio, com cinco a sete participantes por grupo. A análise dos dados foi realizada a partir da proposta dos Núcleos de significação. As análises revelaram significações relacionadas a emoções e reações humanas, ligadas a preocupações com autopreservação e importância dada a valores estéticos. Também foram encontradas significações relacionadas a características biológicas e outras advindas de relações culturais não científicas, como relações de utilidade humana (cultural/econômica) e significações do senso comum, superstições, mitos, ficções e artes as quais podem reforçar e reafirmar ou ressignificar as significações emocionais ou relacionadas ao conhecimento científico. Ao lidar com os animais, encontramos nos educandos reações agressivas, neutras ou de preservação, outras também de fuga ou incapacidade de lidar com o animal sozinhos. A importância atribuída pelos alunos sobre a aprendizagem de animais sinantrópicos indicam motivos desarticulados da prática social, mas com alguns princípios que podem servir como base para ela. Como princípios para a pedagogia histórico-crítica, temos neste trabalho a indicação de um ensino que considere os seres vivos sinantrópicos como enfática parte integrante da prática social dos alunos e a relevância de aspectos emocionais e estéticos em suas significações a serem trabalhados em consonância com o conhecimento científico.