Ritmos e dissonâncias: controle e disciplinarização dos desvalidos e indigentes nas políticas públicas do Amazonas (1852-1915)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Amaral, Josali do
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3731704836665580
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras
BR
UFAM
Programa de Pós-graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3720
Resumo: A pesquisa aqui apresentada aborda a criação das casas de abrigo destinadas a desvalidos e indigentes na cidade de Manaus, no período final do regime Imperial e anos iniciais da República. Subjacente a este processo, dissertamos acerca dos mecanismos de intensificação da diferenciação social desencadeada no Amazonas a partir da criação da Província em 1852, no qual a exclusão social e, por conseguinte, a pobreza tornou-se não só visível aos olhos dos governantes, mas ainda incômoda para uma elite mercantil e burocrática emergente. A adequação das relações de produção e consumo às formas liberais de produção, coincidentes com a organização da nação brasileira, conduziu a deliberação de uma série de políticas públicas que visavam adaptar os indivíduos e o espaço às demandas modernas. Hábitos, costumes, tradições e modos de vida deveriam ser submetidos a um rígido controle, para o que a mudança comportamental era fundamental. Neste quadro reformador, aqueles que não queriam ou não podiam ser imediatamente absorvidos pelo processo produtivo, por motivos diversos que vão da orfandade à mendicância, passaram a ser vistos com desconfiança e tornaram-se alvo de medidas coercitivas e que conduziam ao enclausuramento. A criação das casas de abrigo destinadas aos pobres, em geral de caráter educacional para crianças e médico-hospitalares para enfermos, alienados e indigentes, foi realizada a partir de um discurso filantrópico que mascarava não só o crescimento da pobreza, como uma série de intenções segregadoras.