Ângulo de fase (AF°) por bioimpedância como marcador das modificações clínicas e metabólicas em cirurgias oncológicas do trato digestivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Paz, Ábner Souza
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9419952597658607, https://orcid.org/0000-0003-2940-4466
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Medicina
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Cirurgia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7447
Resumo: Justificativa: Em se tratando do estado nutricional de pacientes oncológicos, a perda de peso relacionada ao câncer é bem conhecida e, por contribuir para piores desfechos clínicos, redução da tolerância às drogas antineoplásicas e pior prognóstico. Existe atualmente um grande número de parâmetros e indicadores diretos e indiretos do estado nutricional utilizados para avaliar o paciente oncológico, porém ainda não dispomos de um padrão ouro. Um dos possíveis marcadores existentes, porém, pouco avaliado ou aplicado na prática cirúrgica, pode ser o ângulo de fase (AF°). Objetivos: Avaliar as modificações clínicas e metabólicas utilizando como marcador o ângulo de fase (AF°) e AFPº por Bioimpedância Elétrica (BIA), em pacientes de cirurgias oncológicas eletivas do trato digestivo, especificamente esôfago e estômago. Método: Estudo comparativo, observacional, analítico para avaliação do teste diagnóstico, de curta duração, em três estágios (pré, peri e pós-operatório), utilizando outros métodos de avaliação nutricional da prática clínica (bioquímicos), comparativamente ao ângulo de fase-AFº e AFPº, tendo como finalidade a detecção da desnutrição e prognóstico de mortalidade pós-operatório em 30 dias de seguimento. Resultados: O estudo foi composto por 101 participantes. Operados para esofagectomia total, gastrectomia subtotal e total. A maioria foi do sexo masculino 52,5% (53), e >60 anos, (48,4%). A faixa etária variou de 38-80 anos. O AF° observado durante as três fases do estudo, variou e foi estatisticamente significante (p<0,001) entre o peri (2ª fase) 4.58  Dp1,18; e pós-operatório (3ª fase) 4,14  Dp1,13 entretanto nas três fases coletadas os pacientes mostraram médias de AF° inferiores a 5. O AFPº nas diferentes fases do acompanhamento alterou, variando de -1,28, Dp=1,44 a -2,20,  Dp=1,78, e foram estatisticamente significativos (p< 0,001). O valor de corte ideal do AFᵒ derivado da curva ROC obtido foi de 4,14º, associado com desnutrição apresentou sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo de 76%, 72,4%, 71,4% e 73,1%, respectivamente. A AUC mostrou grande precisão entre pacientes bem nutridos e desnutridos (AUC = 0,76 P = 0,001). Para o óbito, a análise da área sob a curva do AFᵒ no pós-operatório foi importante (AUC 0,907, IC 95%: (0,882 – 0,958), e P-valor (P=0,002) demonstrado por um intervalo de confiança muito curto. Quanto a análise da área sob a curva do AFᵒ para infecção no pós-operatório foi importante (AUC 0,820, IC 95%: 0,811–0,921), P-valor decisivo (P=0,0002) Conclusões: Nossos resultados confirmam que a desnutrição está associada a valores mais baixos de AFº e AFPº. Também revelamos que tanto o AFº quanto AFPº, apresentam alta sensibilidade na triagem nutricional, implicando em ser um marcador útil para prognóstico de óbito e infecção na população em estudo.