Alcaloides indólicos monoterpenoídicos com atividade antimalárica de carapanaúba (Aspidosperma excelsum Benth)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lopes, Edizon Veiga
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0684350800615239
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Química
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8250
Resumo: O surgimento e a disseminação de cepas de Plasmodium resistentes aos atuais antimaláricos têm ameaçado as medidas de controle da malária. Na busca por substâncias mais eficazes no combate à doença, as plantas medicinais de uso tradicional são fontes promissoras para a descoberta de novos antipalúdicos. Trabalhos anteriores do LAPAAM demonstraram atividade antimalárica de extratos e frações obtidos da casca de Aspidosperma excelsum (Benth), planta utilizada no tratamento da malária por comunidades tradicionais da Amazônia. O presente trabalho é um estudo da composição química da casca dessa espécie, a fim de descobrir substâncias naturais com potencial antimalárico e de baixa toxicidade. O procedimento fitoquímico iniciou-se com o fracionamento do extrato metanólico e aquoso do banco de extrato do LAPAAM, particionado por aumento de pH (8, 10 e 12) gerando frações posteriormente avaliadas em uma triagem inicial frente à cepa K1 de Plasmodium falciparum. Nova coleta foi realizada na Reserva Florestal Adolpho Ducke do INPA. O material seco foi moído e extraído em dois métodos diferentes: extração contínua sólido-líquido em soxhlet, utilizando MeOH como solvente, e por maceração em MeOH e EtOH a temperatura ambiente. Os extratos foram submetidos à partição ácido-base, para concentrar os alcaloides e avaliar as técnicas ideais para um melhor rendimento. As frações obtidas foram submetidas a diversos fracionamentos por cromatografia em coluna aberta (CC), cromatografia em placa preparativa (CCDP) e cromatografia em camada delgada (CCD). A elucidação estrutural das substâncias foi realizada utilizando-se ressonância magnética nuclear (RMN 1D e 2D) e espectrometria de massas de alta resolução (CL-EMAR). A atividade antimalárica foi avaliada por meio de microteste in vitro utilizando a cepa K1 de P. falciparum. A citotoxidade in vitro foi avaliada frente à linhagem normal de fibroblastos humanos (MRC-5), através do teste Alamar Blue. Foi possível isolar 9 alcaloides indólicos monoterpênicos: isoreserpilina (C), reserpilina (D), 3α, 20β-corinan-17-ol (B), E-15S, 16S-isositsiriquina (A), N-óxido-15S, 16S-E-isositsiriquina (E), 10-metoxi- corinan-17-ol (F), 10-metoxi-15S, 16S-E-isositsiriquina (H), 3α, 15α -10-metoxigeissosquizol (I) e substância G (ainda não relatada na literatura, contendo um esqueleto carbônico inédito). Não foi observada atividade citotóxica dos alcaloides (CI50 >156 M), frente à linhagem MRC-5, sendo mais seletivos aos parasitas que as células normais. Nos testes antimaláricos, os alcaloides apresentaram concentração inibitória mediana (CI50) de 10,3 µM (10-metoxi-15S, 16S-E-isositsiriquina (H)) a 78,9 µM (N-óxido-15S, 16S-E-isositsiriquina (E)) frente ao P. falciparum.