As representações sociais da soropositividade para HIV e sua relação com a adesão ao tratamento
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6910 |
Resumo: | A Saúde Coletiva Mundial hoje tem enfrentado grandes desafios, um deles é o controle da epidemia de AIDS no Brasil e no mundo, controle esse que pode ser feito através da adesão ao tratamento antirretroviral (TARV), que está entre as maiores dificuldades para pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA). Dessa forma pretendeu-se realizar uma pesquisa de cunho qualitativo, para conhecer as representações sociais (RS) da soroposividade de pessoas que vivem com o vírus, e como isso influencia no processo de adesão ou não-adesão ao tratamento antirretroviral (TARV). Tendo como objetivos específicos: conhecer as representações sociais da soropositividade para jovens vivendo com HIV; discutir o impacto destas representações sociais na adesão ou não-adesão à terapia antirretroviral e analisar as possíveis relações entre as representações sociais sobre HIV e as práticas de cuidado de si e a sociocultura local. Como procedimentos metodológicos, utilizamos a entrevista semi-estruturada com abordagem por saturação dos dados e a partir disso, participaram 14 sujeitos, cumprindo a amostragem por saturação, e dentro dos critérios de inclusão/exclusão. Os dados colhidos foram analisados a partir da técnica de Análise de Conteúdo proposta por Bardin. Como resultados, foram delimitados cinco categorias finais, sendo: (i): HIV permeado pelo processo de vulnerabilidade; (ii): HIV sob o ponto de vista de transmissão e da prevenção; (iii): HIV frente à discriminação e ocultamento; (iv): O processo de adesão ao tratamento na cotidianidade de indivíduos vivendo com HIV e (v): O enfrentamento cotidiano experienciado pelos sujeitos que vivem com o HIV. As representações do HIV/Aids perpassam a intensa vivência de sofrimento (vivência de emoções como culpa, medo, angústia) por conta dos estigmas sociais advindos do preconceito. A segunda categoria apontou para questões do gênero masculino, que influencia homens a adotarem comportamentos não saudáveis, e desses comportamentos, adveio o diagnóstico. O terceiro núcleo apontou que pessoas que possuem sorologia positiva para o HIV passam por um duplo sofrimento: O primeiro do ponto de vista físico com todas as dificuldades advindas da condição, efeitos colaterais da TARV, e um segundo sofrimento, que está ligado as construções sociais da doença. Sendo que essa última se faz sentir muito fortemente. PVHA passam por diversas sanções sociais advindas dos estigmas, e esta prejudica suas relações em âmbito privado (como relacionamentos afetivos) e externo (mercado de trabalho) e uma das principais estratégias para lidar com essas dificuldades é ocultamento e sigilo frente a sorologia. O quarto núcleo mostrou as dificuldades para adesão da TARV, que perpassou por dificuldades de adaptação aos medicamentos, efeitos colaterais, mudança de hábitos, problemas com a saúde mental, mas a TARV também representou uma forma de prolongamento da vida dos participantes. O quinto núcleo foi marcado por representações sobre Aids e morte, mas também trouxe o empoderamento dos sujeitos e uma forma de recomeço da vida. Conclui-se que as Representações Sociais aqui descritas influenciam diretamente na adesão/não adesão ou adesão inadequada a TARV, trazendo consequências a vida dos sujeitos. |