Análise psicodinâmica do trabalho em um centro de atenção psicossocial no Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Cunha, Stephane Caroline de Paula
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7770375839857851
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4714
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo desenvolver a análise psicodinâmica das situações de trabalho em um Centro de Atenção Psicossocial, buscando caracterizar a organização de trabalho e suas repercussões sobre as vivências de prazer e sofrimento, e o processo de mobilização subjetiva desses trabalhadores. A realização desta pesquisa foi motivada pela demanda apresentada ao Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador- CEREST, na qual os trabalhadores traziam queixas sobre a existência de sobrecarga e sofrimento relacionado ao trabalho.Tal demanda foi encaminhada ao Laboratório de Psicodinâmica do Trabalho - LAPSIC, da Universidade Federal do Amazonas. A psicodinâmica do trabalho, de origem francesa, fundada por Christophe Dejours, contempla uma abordagem teórica e possui uma metodologia própria, a clínica do trabalho, que foi escolhida para a pesquisa por estar relacionada às vivências subjetivas dos trabalhadores; traz embasamento teórico para compreendermos as relações entre o trabalho e a saúde psíquica e privilegia a fala, possibilitando acesso a essas vivências e dando suporte para sua interpretação. Os resultados obtidos demonstram que as condições de trabalho aparecem de diversas formas como um dos agravantes de sofrimento vivenciados pelos trabalhadores: a falta de remédios, de estrutura física adequada e de materiais para realização de oficinas, bem como o número crescente de usuários, são algumas das condições citadas. Apesar do sofrimento vivenciado, os trabalhadores mobilizam-se a fim de criar estratégias de enfrentamento que possibilitem que o trabalho seja realizado mesmo diante de todas as situações que se lhe opõem. Dentre essas estratégias podemos citar: a utilização recursos pessoais para a realização das atividades no CAPS, muitas vezes empregando recursos financeiros pessoais para viabilizá-las; o encaminhamento de ofícios comunicando os superiores hierárquicos a respeito das necessidades a serem sanadas e a articulação entre as diferentes práticas que envolvem o projeto terapêutico do paciente, a fim de alcançar melhores resultados. Os trabalhadores vêem no CAPS uma instituição chave dentro da reforma psiquiátrica; e o fato de sentirem que seu trabalho contribui para o aumento da qualidade de vida das pessoas que sofrem de algum adoecimento psíquico, traz satisfação e prazer no trabalho, dando a esse trabalho um sentido de relevância social, importância, uma posição de missão a ser cumprida. Esses trabalhadores também sentem que o convívio com os usuários lhes confere um crescimento pessoal, um aprendizado humano bastante relevante.