Identificação por espectrometria de massas de fontes botânicas em amostras comerciais de miraruíra e avaliação do seu potencial antioxidante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Braga, Shelson Magdyel da Ressurreição
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3276799239346707
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Química
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9050
Resumo: Miraruíra ou cipó-miraruíra é uma liana medicinal utilizada na região Amazônica para o tratamento de diversas doenças, incluindo o diabetes. Contudo, sua natureza botânica é imprecisa, já que pelo menos duas espécies vegetais, Salacia impressifolia e Connarus ruber, recebem esse nome popular. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo identificar a natureza botânica do cipó-miraruíra comercializado no estado do Amazonas através da análise do perfil químico de amostras comerciais de miraruíra, e autênticas de S. impressifolia e C. ruber, além de investigar o potencial antioxidante dessas amostras. Inicialmente, dez amostras comerciais (A-J) foram compradas em mercados, feiras e empórios distribuídos pela cidade de Manaus AM, e, juntamente com amostras autênticas de S. impressifolia e C. ruber, tiveram seus extratos aquosos preparados por decocção. Em seguida, todos os extratos aquosos foram submetidos ao procedimento de clean up através da técnica de extração em fase sólida (SPE), sendo as frações metanólicas resultantes analisadas por espectrometria de massas (EM). Finalmente, os perfis químicos obtidos foram submetidos às análises de PCA e HCA. Por outro lado, o conteúdo de fenólicos totais (CFT) dos extratos aquosos foi avaliado, assim como seu potencial antioxidante através dos ensaios DPPH e FRAP. O procedimento de clean up dos extratos aquosos removeu interferentes prejudiciais às análises por EM, tais como frutose ou glucose e sacarose, garantindo uma análise satisfatória do perfil químico das amostras investigadas. A análise por EM revelou perfis químicos distintos entre as amostras S. impressifolia e C. ruber, além de apontar marcadores químicos característicos para cada amostra: mangiferina para S. impressifolia e epicatequina para C. ruber. Além disso, com base na análise de PCA, todas as amostras comerciais de miraruíra apresentaram perfis químicos semelhantes à espécie C. ruber, o que sugere que esta espécie é comercializada como miraruíra no estado do Amazonas. Já a análise de HCA apontou variabilidade química entre as amostras comerciais, o que pode indicar que outras espécies do gênero Connarus, tal como C. perrottetii, ou mesmo espécies de outros gêneros da família Connaraceae, tal como R. cuspidata, podem estar sendo comercializadas como miraruíra. Por outro lado, o CFT de C. ruber (46,52 mg EAG/g) foi significativamente superior ao observado para S. impressifolia (8,91 mg EAG/g). Além disso, C. ruber também apresentou maior potencial antioxidante com base nos ensaios de DPPH (CS50 = 171,36 μg/ml) e FRAP (266,52 μmol de Fe(II)/g), o que sugere que produtos à base de C. ruber têm maior capacidade antioxidante do que aqueles à base de S. impressifolia, e, portanto, devem trazer maior benefício terapêutico para o tratamento de doenças relacionadas ao processo oxidativo, tal como o diabetes.