O Hospital-Colônia Antônio Aleixo e a ideologia de combate à lepra no Amazonas: desintegração familiar e educação higienista
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Educação Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10768 |
Resumo: | A pesquisa em tela apresenta os resultados da investigação de mestrado acerca do isolamento compulsório utilizado como política pública sanitária de combate à lepra, e as dimensões históricas, sociais e educacionais vividas pelos sujeitos a quem foi direcionada. O estudo tem como objetivo geral evidenciar as histórias de vida das pessoas atingidas pela lepra, que foram isoladas compulsoriamente no Hospital-Colônia Antônio Aleixo em meados do século XX, durante a Era Vargas, como medida sanitária de combate à doença no Amazonas. O estudo problematiza: Como as histórias de vida das pessoas que passaram pela institucionalização no Hospital-Colônia Antônio Aleixo – AM, desvelam o projeto político, econômico e sanitário de modernização do Brasil em meados do século XX que orientou o isolamento compulsório, em decorrência da lepra? Para alcançarmos o objetivo geral e responder o problema de pesquisa, sistematizamos três objetivos específicos, sendo eles, a) desvelar os discursos que subsidiaram a proposta do isolamento compulsório, colocada em prática por meio das políticas de combate à lepra no Amazonas; b) analisar as dimensões educacionais ofertadas aos internos das Colônias e Preventórios brasileiros, a partir do levantamento e categorização de teses e dissertações no repositório CAPES; c) conhecer e registrar as marcas deixadas pelo isolamento compulsório na vida das pessoas atingidas pela lepra, mediante o relato das memórias de seus depoentes, destacando a percepção das pessoas que passaram pelo processo de institucionalização, desde o descobrimento da doença à sua chegada e vida na Colônia Antônio Aleixo. O alinhamento epistemológico e teórico da pesquisa é o método Materialismo Histórico-Dialético, que nos possibilita compreender a relação entre o sistema econômico capitalista, tendo como foco a constituição do Estado e a utilização dos seus aparatos reguladores do conflito de classes, dentre eles, as Políticas Públicas que efetivaram o isolamento compulsório das pessoas acometidas pela lepra. A abordagem metodológica utilizada é a pesquisa bibliográfica, documental e estrategicamente a pesquisa de campo mediante a técnica de entrevista temática semiestruturada. Concluímos que os lugares destinados à segregação do doente de lepra são anteriores a saúde pública e ao Estado moderno, porém o isolamento compulsório foi legitimado no Brasil durante o governo Vargas. Entrementes, a relação entre o sistema econômico capitalista e as Políticas Públicas se efetivaram no contexto do isolamento compulsório dos acometidos pela lepra, transformando esses locais em espaços de exclusão social, decorrente da reprodução da lógica organizacional de um Estado positivista e higienista o qual delegou à educação a tarefa de cooperar na sanitarização do país. Essa ação alinhou-se ao modelo de saúde sanitarista, baseado no viés pseudocientífico eugenista, usado para apartar da sociedade moderna todo aquele que fosse considerado um perigo social e naquele contexto, os leprosos compunham essa categoria, motivo pelo qual desencadeou a institucionalização da segregação daqueles indivíduos, resultando em um fenômeno que implicou na perpetuação do estigma social no imaginário da doença, no isolamento compulsório dos filhos saudáveis e sobretudo, na desintegração familiar. |