Memórias de outsiders na figuração da hanseníase: do isolamento compulsório às experiências de escolarização
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8057 |
Resumo: | A tese intitulada “Memórias de Outsiders na figuração da hanseníase: Do isolamento compulsório às experiências de escolarização” teve como objetivo central compreender as figurações envolvendo a hanseníase e decorrentes da institucionalização da política de Isolamento compulsório no Amazonas (1931-1978), no cotidiano e no processo de escolarização das pessoas atingidas pela Hanseníase. A investigação utilizou-se da abordagem qualitativa, por meios das técnicas de História Oral, Análise documental e Observação, com a participação de trinta e dois interlocutores. Norbert Elias sustenta as principais análises desta tese, tornando-se o referencial teórico-metodológico central, dialogando com outros autores, tais como Ludwick Fleck, Ecléa Bosi e Michel Foucault, além de pesquisadores da história social da doença. Os resultados mostram que a institucionalização do isolamento compulsório no Amazonas aconteceu em vários momentos, em pequenos lazaretos, em leprosários e em hospital – Colônia, inicialmente com o intuito de garantir um Estado forte, moderno e produtivo. Revelam momentos de negligência administrativa do Estado, exclusão social, preconceito e estigma, como também histórias de resiliência e reinvenção das experiências. Constatou-se a tese que o isolamento trouxe reverberações na vida dos ex-internos, no entanto, as relações entre os indivíduos e a dinâmica das redes de interdependência geraram significados particulares, únicos e coletivos. Por meio da análise processual, percebeu-se que, em nível transgeracional, os impactos foram menores, por conta dos mecanismos adotados pelo Estado e pela incorporação de valores e ações educativas no habitus, os quais, pelas experiências de escolarização e pelas ações de uma rede de interdependência estruturada, proporcionaram mudanças e perspectivas, apresentadas nas narrativas dos filhos e no processo de tornar-se professor dos ex-internos que viram na educação um meio de superação e um encontro ao sentido da vida. Considera-se a fecundidade de uma análise do processo em curso e não pontual, o que permitiu concluir que crescer dentro de um grupo estigmatizado não é determinante. |