Áspero chão da restinga: os seringais ficcionais de Arthur Engrácio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lima, Kamila dos Santos de
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8572401813541663
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Letras
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9232
Resumo: O objeto desta Dissertação de Mestrado é o estudo da ficcionalização dos seringais amazônicos na contística de Arthur Engrácio. O estudo teve como objetivo geral rastrear os contos de Arthur Engrácio voltados para os seringais amazônicos, com vistas a analisar os modos como essa ficcionalização opera a representação de um período tão significativo da história da Amazônia e do Brasil, que foi o ciclo da borracha. Para atingir esse objetivo, exploramos, em contos engracianos dois ambientes de extrema representatividade na economia dos seringais: a barraca do seringueiro (tapiri) e o barracão do patrão, examinando a metaforização dos dois espaços e das relações estabelecidas nesses espaços; também discorremos sobre a marcante presença dos encantados na contística engraciana, com especial enfoque para três seres ligados ao mistério das águas: a cobra grande (boiuna), o boto e a mãe d’água; além disso, realizamos uma leitura de narrativas engracianas à luz da alegoria dos bosques da ficção, de Umberto Eco, e refletimos a respeito das linhas cruzadas da História com a ficção, enfatizando as narrativas como estratégias de empalavramento do mundo. Os eixos teóricos que deram sustentação à pesquisa foram: a teoria da metáfora conceptual, de George Lakoff e Mark Johnson (2002), no primeiro capítulo; o conceito de homo resligiosus e reflexões sobre o imaginário amazônico, com base em Mircea Eliade (1992), Câmara Cascudo (1988) e Vaz Filho e Carvalho (2013); a alegoria dos passeios pelos bosques da ficção, com os conceitos de autor-modelo e leitor-modelo, de Umberto Eco (1994); conceitos de narratologia e empalavramento do mundo, a partir de Motta (2013). A pesquisa evidencia a qualidade literária das narrativas engracianas, no sentido de traduzir na Literatura os flagrantes da História e do imaginário do homem ribeirinho.