Efetividade das vacinas em gestantes com síndrome respiratória aguda grave pela Covid-19 no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Jaqueline de Oliveira
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/4803975937369483
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Imunologia Básica e Aplicada
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9377
Resumo: A COVID-19 é uma doença respiratória aguda causada pelo coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave. Como consequência da sua rápida disseminação em diversos países, em março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia. Os primeiros grupos de riscos foram compostos pelos idosos e por pessoas que possuíam outras condições de saúde subjacentes. Inicialmente, foram consideradas grupo de risco apenas gestantes de alto risco, no entanto, à medida que a pandemia foi avançando, países em desenvolvimento apontaram aumento considerável de mortalidade e morbidade materna grave, o que levou a OMS a considerar todas as gestantes e puérperas como grupo de risco. Desta forma, este estudo de coorte retrospectivo avaliou a efetividade das vacinas em gestantes diagnosticadas com SRAG pela COVID-19 no Brasil. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a dezembro de 2021, utilizado o banco de dados SIVEP-Gripe. Um total de 237.780 mulheres com COVID-19 grave, foram incluídas, 232.625 eram não grávidas e 5.155 grávidas. Ao avaliar a cobertura vacinal contra a COVID-19, foi observado que entre as mulheres não gestantes 89.273 (38,38%) foram imunizadas e entre as gestantes 987 (19,2%). Entre o número de casos finalizados, ou seja, aqueles com desfecho de cura ou óbito, 80.890 foram a óbito. Destes, 80.276 (34,51%) eram não gestantes e 614 (12%) gestantes. Para a análise inicial da sobrevida, as pacientes com COVID-19 grave hospitalizadas foram divididas em dois grupos, não gestantes e gestantes, utilizando as variáveis idade, comorbidades, imunodepressão e vacinação. A razão de risco (HR) para COVID-19 foram mais impactantes entre as gestantes que apresentaram imunodepressão (HR 1,39; IC 95% 1,33 – 1,45; p = < 0,000), que apresentaram uma ou mais comorbidades (HR 1,24; IC 95% 1,22 – 1,26; p = < 0,000) e relativos à idade (HR 1,02; IC 95% 1,02 – 1,03; p = < 0,000). Entre os grupos que apresentaram menores HR estão as não vacinadas (HR 0,92; IC 95% 0,85 – 1,01; p = 0,055) e as vacinadas (HR 0,79; IC 95% 0,78 – 0,81; p = < 0,000). As mulheres vacinadas apresentaram melhor sobrevida do que as não vacinadas, e dentre essas últimas, as gestantes apresentaram os melhores resultados. A análise da regressão multivariada de Cox foi repetida para todas as variáveis, excluindo as gestantes com idade igual ou superior a 60 anos (Tabela 6). Os resultados mantiveram razões de risco com a mesma ordem de impacto nas variáveis analisadas: imunodepressão (HR 1,53; IC 95% 1,44 – 1,63; p = < 0,000), comorbidades (HR 1,48; IC 95% 1,44 – 1,52; p = < 0,000), idade (HR 1,01; IC 95% 1,00 – 1,16; p = < 0,000), não vacinadas (HR 0,82; IC 95% 0,75 – 0,89; p = < 0,000) e vacinadas (HR 0,34; IC 95% 0,26 – 0,45; p = < 0,000). Os resultados apresentaram a mesma ordem de impacto da razão de risco para a sobrevida das pacientes analisadas incluindo aquelas com 60 anos ou mais. No entanto, todas as variáveis analisadas apresentaram progressão mais lenta para o óbito. Em conclusão, nosso estudo indica que: (i) a imunização para COVID-19 aumenta a sobrevida em mulheres grávidas e não grávidas com COVID-19 grave no Brasil. (ii) a imunização reduziu o número de óbitos em gestantes hospitalizadas com COVID-19 grave no Brasil. Entretanto a vacinação não protegeu as mulheres não grávidas com comorbidades ou imunodeprimidas.