Trabalho e Adoecimento no Setor de Duas Rodas do Polo Industrial de Manaus: o caso da Moto Honda da Amazônia
Ano de defesa: | 2016 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Sociologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5669 |
Resumo: | O presente estudo demonstra, a partir da pesquisa realizada no setor de duas rodas do Polo Industrial de Manaus (PIM), o processo do adoecimento por doenças ocupacionais de trabalhadores das linhas de produção. Observou como os fatores de risco, presentes na rotina de trabalho, aliado às exigências impressas ao indivíduo cooperam para o desgaste físico e psicológico. O trabalhador da empresa Moto Honda da Amazônia (MHA), sujeito da pesquisa, precisa desempenhar atividades de alta repetitividade, e em alguns casos aliado a alta carga e produção em série. Trata-se de trabalho de natureza fordista, agregado a elevado padrão de comprometimento requerido pela corporação, através do cumprimento de metas e participação nos Círculos de Controle da Qualidade (CCQ). Assim, de forma “voluntária” o trabalhador é convocado a desenvolver projetos, que visem apresentar soluções para melhorias na redução de custos e desperdícios na produção, de acordo com o modelo de organização produtiva Toyota. Este processo desdobra-se em sobrecarga para o trabalhador, processo que converge em epidemias de doenças ocupacionais, físicas e psíquicas. A pesquisa foi realizada com trabalhadores egressos da MHA, a fim de conhecer as dificuldades de reinserção no mercado de trabalho formal, depois do adoecimento dentro do posto de trabalho, do afastamento e demissão. Também foi dada a oportunidade de fala às chefias, com o intuito de apreender, do ponto de vista gerencial, a compreensão da complexidade que envolve os ambientes produtivos, bem como, os antagonismos presentes entre, a filosofia corporativa de valorização do indivíduo, e o mercado produtivo de intensa competitividade. Portanto, a pesquisa constatou através das entrevistas e dos dados oficiais, que os trabalhadores qualificados permanecem nos mesmos postos, ao longo dos anos dentro da empresa. Analisou também que o discurso da falta de qualificação do trabalhador da Zona Franca de Manaus (ZFM) para permanência nas linhas de produção não se sustenta mais, gerando certa exploração austera, que acarreta desgaste e patologias oriundas do mundo do trabalho, um processo socioeconômico gerado pela subordinação do trabalho aos interesses do capital. |