Caracterização Química e Mineralogia de Solos Antrópicos da Amazônia (Terras Pretas de índio) entre Coari-Manaus,AM.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silva, Francisco Weliton Rocha
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8059194744570805
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Agrárias
BR
UFAM
Programa de Pós-graduação em Agronomia Tropical
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2716
Resumo: As Terras Pretas da Amazônia são horizontes de solo de cor escura, com elevada fertilidade e teor de matéria orgânica. Podem ser encontradas sobre várias classes de solos na paisagem amazônica, sendo mais freqüentes próximo aos cursos d água, apresentado como característica típica um Horizonte A antrópico, contendo em sua massa fragmentos de cerâmica e carvão. O entendimento de suas características químicas e da composição mineralógica pode melhorar a compreensão de sua gênese, riqueza e sustentabilidade. O presente trabalho foi realizado com o intuito de avaliar as principais características químicas e a composição mineralógica das frações argila e areia de seis solos de sítios arqueológicos com Horizonte A antrópico localizados na Bacia sedimentar do Amazonas e do Solimões, trecho Coari- Manaus, sendo eles: Sítio Ena, Comunidade S. J. Batista, Lago do Limão, Lauro Sodré, Jacuruxí e Pilão. As amostras foram coletadas, preparadas e submetidas a análises granulométrica e química realizadas nos Laboratórios de química do solo da UFAM e EMBRAPA, e mineralógicas realizadas no Laboratório de difração de raios-X da UFAM. Os resultados da caracterização química revelaram que nos solos de sítios Arqueológicos avaliados, os valores de pH em água variaram entre 5,1 e 7,05, revelando na maioria das amostras acidez moderada; os teores de elementos trocáveis apresentaram elevados teores de P e Ca2+ e baixos valores de alumínio trocável. Entretanto, neste estudo, o solo do sítio Jacuruxi apresentou menores teores de Ca2+, acidez elevada e altos teores de Al3+, enquanto os teores de P observados foram elevados, variando entre 42 e 113 mg kg-1. A composição mineralógica dos solos avaliados pela difratometria de raios-X, revelaram que a fração argila dos sítios localizados em ambiente de terra firme (Comunidade S. J. Batista, Lago do Limão, Jacuruxí e Pilão) é dominada por caulinita, à semelhança do que se observa normalmente nos solos de mesma superfície geomórfica na Amazônia. No entanto, a mineralogia dos sítios localizados em ambiente de várzea (Lauro Sodré e Ena), revela uma composição mineral mais heterogênia, composta por caulinita, goethita e minerais 2:1, realçando a presença de materiais menos intemperizados nesse ambiente. Na fração areia, houve o predomínio total do mineral quartzo em todos os solos avaliados independente das características do ambiente; entretanto, através da separação por líquido denso nesta fração em dois solos (Comunidade S. J. Batista e Jacuruxí), foi possível detectar além do mineral quartzo, também a presença de hematita, rutilo, anatásio, ilmenita, zircão e maghemita, e através da separação magnética também nesta fração em dois solos (Comunidade S. J. Batista e Pilão), detectou-se a presença de hematita e maghemita. O ataque sulfúrico realizado nas amostras avaliadas apresentou baixos teores de ferro, principalmente no sítio Jacuruxí localizado em área de ocorrência de Plintosso, que representa um ambiente de remoção de ferólise. Os teores de P-total revelaram a magnitude da concentração deste elemento nos horizontes antrópicos dos solos de sítios arqueológicos avaliados, destacando-se o sítio de várzea (Lauro Sodré) com Horizonte A antrópico enterrado sobre a camada de um Neossolo na profundidade de 160 cm, e que chegou ao teor de 8840 mg kg-1 de P-total nesta profundidade.