Análise psicodinâmica do trabalho da população de rua de Manaus
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4637 |
Resumo: | As transformações por que passa o mundo do trabalho impactam na organização do trabalho, agravam a precarização e o desemprego estrutural. Isso pode levar a condições de vulnerabilidade e risco social, especialmente entre os que não dispõem do apoio familiar ou comunitário. O objetivo desta pesquisa é compreender os processos psicodinâmicos de prazer e sofrimento das pessoas em situação de rua da cidade de Manaus. Trata-se de uma pesquisa qualitativa fundamentada na Psicodinâmica do Trabalho, articulada à Sociologia, à Filosofia e às políticas públicas voltadas para população de rua. Participaram voluntariamente doze pessoas em situação de rua que vivem na rua Silva Ramos, no centro de Manaus; são usuários de equipamentos da Assistência Social. Utilizou-se a entrevista semiestruturada, a observação clínica e o diário de campo. Os resultados foram analisados através da adaptação da Análise da Teoria Fundamentada e apontam que trabalhar, para a população de rua, é pedir e aceitar qualquer tipo de trabalho, ainda que precarizado e desprovido das garantias sociais. Também indica que estes trabalhadores necessitam estar aptos para atuar em diferentes atividades e sinaliza a existência de estratégias de adaptação para dar conta da atividade. Para lidar com o sofrimento, utilizam estratégias defensivas coletivas como a virilidade, a desconfiança, a resignação, o consumo de drogas lícitas e ilícitas, a religião e a racionalização. A organização do trabalho é pautada pelo preconceito devido o estigma, pelo medo da violência e por relações conflituosas entre a população de rua devido a disputas por espaço na rua. Destaca-se, por outro lado, relações de cortesia entre a população de rua e os domiciliados à rua Silva Ramos. Há pouco reconhecimento do trabalho e pouca cooperação entre a população de rua. As relações se estabelecem, em sua maioria, pela necessidade de sobrevivência. Exercem a inteligência prática para sobreviver. Destaca-se o trabalho, nesse cenário, como elo de resgate da cidadania e da identidade do sujeito, atuando como fator de saúde entre a população de rua e como importante via de transformação social da condição de rua em que se encontram. |