Situações didáticas na aprendizagem matemática na perspectiva da construção do conhecimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Moçambite, Nixon da Silva
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5745278254987786
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Matemática
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5620
Resumo: O estudo teve por finalidade investigar “Como a configuração didático-pedagógica pautada nas situações didáticas pode favorecer a aprendizagem e a construção do conhecimento matemático no ensino fundamental?”, tendo em vista que o modelo de ensino de matemática vigente, em geral, tem como abordagem predominante a exposição sumária de conteúdos, os exercícios e a avaliação que geralmente se resume em provas escritas. Com base na questão de pesquisa, o trabalho teve por objetivo “estudar o processo de aprendizagem matemática no 7º ano do ensino fundamental a partir de situações didáticas na perspectiva da construção do conhecimento”. De forma específica, o estudo buscou caracterizar e analisar a mobilização dos estudantes no desenvolvimento de sequências didáticas com conteúdos de matemática; discutir a importância das manifestações orais dos estudantes diante de situações didáticas como condição para a aprendizagem e construção do conhecimento matemático; evidenciar os mecanismos de tomada de consciência dos estudantes por meio da interpretação e da explicação de suas ações frente à situações didáticas com material concreto e; analisar e refletir sobre as implicações das situações didáticas em relação ao processo de ensino e aprendizagem de matemática. Dessa forma, para responder a questão de pesquisa e alcançar os objetivos propostos, optou-se pela abordagem qualitativa, na modalidade experimental, onde por meio do planejamento, concepção, aplicação e avaliação de uma sequência didática, conforme orientação de Zabala, fizemos uma intervenção pedagógica, pautada, principalmente, nas bases teóricas da epistemologia genética de Jean Piaget, na educação dialógica de Paulo Freire e, nos pressupostos metodológicos das situações didáticas de Guy Brousseau. Na primeira fase da pesquisa, referente a análise dos dados da observação de sala de aula, das entrevistas e do teste diagnóstico, os achados indicam que o ensino de matemática fundamenta-se numa concepção predominantemente empirista, com exposição de conteúdos e repetição de exercícios, um modelo de ensino antidialógico e unilateral, ou seja, sem interação dialógica entre professor e estudantes como condição necessária à aprendizagem e a construção do conhecimento matemático, donde resulta uma aprendizagem baseada na memorização mecânica de regras, fórmulas e algoritmos, sem tomada de consciência e, portanto, sem compreensão. Consequentemente, a análise do teste diagnóstico, revela defasagem na aprendizagem dos sujeitos em relação a conceitos elementares da matemática. Do ponto de vista epistemológico, os sujeitos apresentam dificuldades de abstração e raciocínio lógico, o que mostra a limitação da concepção empirista enquanto base epistemológica para o ensino e aprendizagem de matemática. Em contra partida, o estudo com as situações didáticas trouxe a perspectiva de uma nova dinâmica e organização didático-pedagógica da sala de aula de matemática, apoiada na educação dialógica de Freire, donde o diálogo como práxis do conhecimento construído a partir da ação e da reflexão do sujeito. Nessa perspectiva, a análise das atividades desenvolvidas pela estratégia das sequências didáticas, com mediação do professor-pesquisador, indicam condições favoráveis e necessárias à aprendizagem e construção do conhecimento matemático ao estimular a mobilização, a manifestação oral, especialmente o diálogo em sala de aula, e a tomada de consciência dos estudantes, enquanto executam e explicam suas produções.