Uso de habitat peloboto-cinza (Sotalia guianensis, van Benédén, 1864) nas baías doestado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pinto, Ana Ribeiro Campos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19869
Resumo: O boto-cinza Sotalia guianensisé uma espécie de delfinídio (Cetacea: Delphinidae)que, devido ao seu hábito costeiro, lida coma exposiçãoà diversas ameaças de origem antrópica. Seustatus de conservação é classificado como “Quase ameaçado” pela IUCN e “Vulnerável” pelo ICMBio, o que tornafundamental acompreensão dasuaecologia para a conservaçãoda espécie. Desse modo, o objetivo do estudo foi investigar o uso de habitat pelo boto-cinza (Sotalia guianensis) em três baías da costa do estado do Rio de Janeiroentre 2017 e 2019: Baía de Guanabara (BG), Baía de Sepetiba (SEP) e Baía da Ilha Grande (BIG).Saídas a bordo de embarcações à motor foram realizadas nas três baías, de maio de 2017 a maio de 2019, resultando em 33 saídas e 39 grupos observados na BG, 90 saídas e 277 grupos na SEP e 96 saídas e 115 grupos na BIG. Foram coletadas informações a respeito do comportamento realizadopelos animais, o tamanho e a composição (presença e quantidade de filhotes) dos grupos observados e a profundidade local. Dados foram computadorizados e tratadose testes não-paramétricos foram utilizados nas análises estatísticas (teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov, p < 0,01). Foram observadas diferenças significativas na frequência dos comportamentos nas três baías(X2= 52,3602; gl = 2; p < 0,00001), embora aalimentação tenha sidoa atividade dominante(Proporções:84,2% na BG, 73,3%na SEP e 53,1%na BIG). Características de grupo (Kruskal-Wallistamanhos de grupo: H2,715 = 70,641; p < 0,0001; Kruskal-Wallisnúmero de filhotes por grupo: H2,715 = 87,305; p < 0,001) e a seleção por profundidades (Kruskal-Wallis, H2,715 = 217,947; p < 0,001) também variaram entre as três baías. Grupos pequenos (Média +DP = 18,6 +5,4) contendo até3 filhotes(Média +DP = 2,0 +0,8)foram observados na BG, ocupando profundidadesmais rasas,de 3,2 a 15 m (Média +DP =5,4 +2,2). Na SEPe na BIG, foram registrados grupos grandes de 1 a 225 (Média +DP =37,1 +49,5)e de 1 a 500 indivíduos (Média +DP = 74,7 +77,0), respectivamente, contendo muitos filhotes (SEP: Média +DP =3,3 +6,9; BIG: Média +DP = 8,9 +14,5).A população da BIG selecionouprofundidades intermediárias às demais (Média +DP = 11,2 +4,7; Mín –Máx = 3 a 26,3 m) e os botos-cinzada SEP ocuparamáguasrelativamente mais profundas (Média +DP =13,5 +5,8; Mín –Máx = 3 a 36,5 m). Foram observadas variações diurnas no uso de habitat na BG e naBIG ediferenças sazonais só foram observadas no tamanho de grupo na SEP(Kruskal-Wallis, H3,386 = 21,029; p = 0,0001).Variações diurnas e sazonais foram atribuídas como consequência da dinâmica das presas locais em cada área de estudo.Conclui-se que botos-cinza utilizam as baíasestudadasde forma distinta, de acordo com fatores bióticos e abióticos e também conforme a intensidade de atividades antrópicas.