Estimativa de parâmetros populacionais, área de vida, mortalidade e interações da atividade pesqueira sobre a população de botos-cinza (Sotalia guianensis) (Van Bénéden, 1864) (Cetacea, Delphinidae) na Baía de Sepetiba (RJ)
| Ano de defesa: | 2015 |
|---|---|
| Autor(a) principal: | |
| Orientador(a): | |
| Banca de defesa: | |
| Tipo de documento: | Tese |
| Tipo de acesso: | Acesso aberto |
| Idioma: | por |
| Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
| Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
| Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
| País: |
Não Informado pela instituição
|
| Palavras-chave em Português: | |
| Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4951 |
Resumo: | Esta tese foi desenvolvida em três capítulos com o objetivo de preencher lacunas do conhecimento existentes que são de extrema importância para auxiliar na preservação da população de botos-cinza da Baía de Sepetiba e da espécie em geral. A tese apresenta uma introdução com a descrição da espécie e área de estudo, além de uma revisão das metodologias empregadas com o auxílio da ferramenta de fotoidentificação para o estudo de tamanho de área de vida e parâmetros populacionais, e sobre as pressões antropicas dos pequenos cetáceos na costa brasileira. No primeiro capítulo, o tema abordado foi o movimento e uso espacial da população de botos-cinza, onde se pode observar que o movimento diurno dos botos não apresentou padrões diferenciados quanto às distâncias percorridas nem quanto às taxas de deslocamento entre o inverno e o verão. A área de uso que a população ocupou foi de 47% do total da área amostrada, onde os grupos foram encontrados espalhados na entrada e interior, enquanto que as agregações apresentaram uma maior concentração próxima às ilhas na região central. Os indivíduos se distribuem na Baía de Sepetiba de forma não aleatória, com alguns indivíduos utilizando com maior intensidade a área da entrada, enquanto que outros indivíduos utilizam o interior, e outros que não apresentam preferência por uma área específica da baía. No segundo capítulo, foram abordados os parâmetros populacionais, onde se observou um total de 826 indivíduos catalogados e o número de botos foto-identificados pela primeira vez em cada ocasião variou de 91 (2011) a 306 (2012). A sobrevivência aparente e a probabilidade de captura, entre 2006-2009, foram respectivamente 0,88±(0,04) e 0,49±(0,04). O tamanho da população estimado entre os anos de 2005-2009 e 2012 usando o modelo de população fechada foi (2005; N=501; IC= 333-756), (2006; N=794; IC= 521-1210), (2007; N=709; IC= 625-850), (2008; N=978; IC= 863-1163), (2009; N=939; IC= 790-1117), (2012; N=768; IC= 588-1004). No terceiro capítulo, os temas foram a mortalidade e interação com atividade pesqueira, e foi possível observar um total de 201 botos recolhidos mortos, onde 24,8% (n=50) apresentavam evidência de interação com a pesca. A proporção de machos mortos (1,35:1) foi significativamente maior, e ambos os sexos apresentaram uma maior mortalidade na classe etária de animais adultos. Foi detectado um aumento no número de carcaças de botos ao longo dos anos, sendo que, a partir de 2010, foram recolhidas 63,68% do total de carcaças. Também foi observada uma sazonalidade na mortalidade com uma maior frequência no inverno ou segundo semestre, coincidindo com os dados de maior esforço do tipo de pesca de emalhe, espécie alvo e rede que capturam incidentalmente os botos-cinza. A mortalidade de botos-cinza na Baía de Sepetiba está em crescimento ao longo dos últimos anos e excede em mais de três vezes o limite estabelecido pelo Potencial Biológico de Remoção. O presente estudo buscou preencher importantes lacunas do conhecimento na área da ecologia e conservação do boto-cinza, bem como ajudar na identificação de ameaças para a manutenção desta população, a fim de subsidiar políticas públicas em prol da conservação da espécie |