Balanço hídrico como subsídio a tetos verdes para a conservação da Restinga de Massambaba (Arraial do Cabo), RJ, Brasil
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Geografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13399 |
Resumo: | As relações entre clima e meio ambiente têm se destacado em estudos geográficos a partir do final do século XX, enquanto a população brasileira e mundial, cada vez mais concentrada em áreas urbanas, tem sentido efeitos climáticos da degradação dos ecossistemas e das alterações no sistema superfície-atmosfera. As mudanças climáticas previstas pelo IPCC para ocorrerem até 2100 aumentam a preocupação sobre populações de menor renda, que sofrem de maneira diferenciada aos efeitos do clima. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar fatores climáticos potenciais e limitantes para a adaptação urbana ao clima quente e seco no entorno da Restinga de Massambaba, como uma política pública para o município de Arraial do Cabo, no Estado do Rio de Janeiro. Foram utilizados dados climáticos de estações meteorológicas do INMET para estimar a disponibilidade hídrica dos períodos de 1961-1990 e 2008-2014 e de dois cenários de previsões de mudanças climáticas do IPCC. A temperatura de superfície (LST) foi estimada no programa de SIG Quantum GIS com imagens de bandas multiespectrais e termal obtidas pelo satélite Landsat 8 em um dia no período de verão. Os arquivos vetoriais de Arraial do Cabo foram obtidos pelo IBGE no Censo Demográfico de 2010. Os balanços hídricos dos cenários IPCC indicaram aumento da deficiência hídrica e da evapotranspiração potencial até 2100. O período 2008-2014 apresentou menores temperaturas do ar médias mensais e maiores valores de precipitação acumulada anual que o período da normal climatológica, sugerindo aumento da evapotranspiração como primeiros efeitos de mudanças climáticas. Para os tetos verdes, a escassez de chuvas limita os tipos de cultivos possíveis ou demanda irrigação controlada, porém o plantio exclusivo de espécies nativas da Restinga de Massambaba tem mais condições de sucesso no clima quente e seco. A LST estimada para Arraial do Cabo foi maior em salinas desativadas, solo exposto escuro, centro do município e centros comerciais dos distritos, quando comparadas as demais áreas do município. Como as áreas que acumulam calor em superfície alteram seu balanço hídrico local, as de maior LST foram consideradas como potenciais para a contribuição climática de tetos verdes, revertida na atenuação do calor superficial e na reintrodução de água no ciclo hidrológico pela evapotranspiração. Como diversas salinas desativadas e áreas naturais estão sendo transformadas em urbanas com modelo construtivo que promove o calor superficial e a impermeabilização do solo, é importante que os tetos verdes sejam considerados em instrumentos de planejamento territorial, como no Plano Diretor de Arraial do Cabo. O balanço hídrico permitiu avaliar condições climáticas dos períodos analisados e indicar tendências da disponibilidade de água e da temperatura do ar. A LST estimada permitiu indicar potenciais e limitantes climáticos para a implementação de tetos verdes em Arraial do Cabo, que poderão permear espécies da biodiversidade nativa pelo tecido urbano, com plantas de usos conhecidos pela população local e incentivos de projetos públicos e particulares. Por fim, será importante a inserção dos tetos verdes como tema de Educação Ambiental e da capacitação para adaptação urbana às condições climáticas do século XXI |