“Seje Livre”: repensando a tese como uma distopia sociolinguística

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Siqueira, Thayane Antunes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16906
Resumo: Esta tese apoia-se em três pontos fundamentais: a importância da valorização da divulgação científica nas universidades brasileiras; a consequente necessidade de repensarmos os modelos de trabalhos de conclusão de curso de pós-graduação; e a proposta de produção de uma tese ficcional, em formato de texto narrativo. As motivações para os debates sobre esses pontos nasceram da observação de que a comunicação entre academia e sociedade não está acontecendo como deveria, evidenciada pela desvalorização cada vez maior da ciência e da universidade por parte da população. Não é de hoje, entretanto, que esse distanciamento entre os cientistas e a população em geral é percebido. No âmbito da Sociolinguística, essa temática foi abordada por Labov (1982), Wolfram (1998) e Charity (2008), que propuseram princípios para que os linguistas fizessem cada vez mais parte da sociedade, interferindo nesta e agindo como ativistas para solução de problemas e correção de injustiças. No Brasil, sociolinguistas buscam promover ações de divulgação através de livros com conteúdo instrutivo e propostas voltadas para o ensino de Língua Portuguesa (BAGNO, 1997, 1999; BORTONI-RICARDO 2004, 2005; SCHERRE, 2005), encontrando impedimentos, porém, em relação à linguagem e ao formato utilizados. Há ainda iniciativas em redes sociais cujo objetivo é a popularização da ciência, atendendo à necessidade de adaptação aos modelos comunicativos dos tempos atuais. Ações como essa, embora louváveis, são em sua maioria individuais e desvinculadas das universidades às quais seus autores pertencem. De acordo com o princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão (BRASIL, 1988), contudo, é papel das universidades brasileiras promover trabalhos que atendam aos três âmbitos que o princípio contempla. Isso vem ocorrendo com maior frequência nos cursos de graduação, mas na pós-graduação, ao contrário, a pouca valorização da extensão universitária faz com que o foco dos professores e estudantes ainda seja na produção de trabalhos voltados unicamente para a pesquisa, conforme indicado por Rocha & Deusdará (2011). Portanto, é preciso que ocorra na pós-graduação, espaço em que a ciência se desenvolve e progride por excelência, uma reflexão a respeito do material que está sendo produzido neste espaço, que não é acessível a uma maioria da população. Como um primeiro passo, é necessário repensarmos os modelos tradicionais de trabalhos de conclusão de curso na pós-graduação, buscando novas formas de comunicar os resultados do que está sendo feito dentro dos muros da academia a quem está fora dela. Antunes (2015) e Menezes (2019) promoveram iniciativas que foram além da produção de suas dissertações, produzindo materiais que pudessem levar conhecimentos sociolinguísticos à população não especialista, e objetivando o combate ao preconceito linguístico. Levando em consideração os fatores supracitados, propõe-se esta tese-ficção, que tem como finalidade principal ser um meio de divulgação de conceitos da Sociolinguística através de uma narrativa em formato de distopia, trazendo ainda uma breve reflexão teórico-crítica a respeito dos três pontos em que se sustenta este trabalho