O pensamento decolonial no romance brasileiro contemporâneo: um estudo de O trono da rainha Jinga (1999), A primeira história do mundo (2014) e A biblioteca elementar (2018), de Alberto Mussa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Braga, Joyce Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17017
Resumo: O objetivo desta pesquisa é investigar a forma como negros (africanos e afro-brasileiros), indígenas e ciganos são representados no romance brasileiro contemporâneo. Consideramos a perspectiva decolonial, fundamentada nos estudos de Mignolo (2003), Dussel (2016), Maldonado-Torres (2011), Bernardino-Costa (2019), Grosfoguel (2019) e Quijano (1992), para pensar o modo como essa representação ocorre. A hipótese é a de que as narrativas do escritor Alberto Mussa ressignificam aqueles povos por meio de uma construção narrativa polifônica, referenciada historicamente e culturalmente, cuja figura principal é um narrador descentrado, conforme os estudos de Jaime Ginzburg (2012) acerca do narrador na literatura brasileira contemporânea. Nosso corpus é composto por três romances: 1) A primeira história do mundo (2014), narrativa ambientada no século XVI, que propõe uma reflexão sobre a historiografia oficial produzida acerca dos indígenas; 2) O trono da rainha Jinga (1999), que elabora um enredo sobre a escravidão negra no século XVII, apresentando a agência africana como movimento de resistência à escravidão; e 3) A biblioteca elementar (2018), que trata da cultura cigana e das ruas da cidade do Rio de Janeiro como espaço de trocas culturais, além de realizar uma crítica aos tribunais do Santo Ofício, que faziam parte do cotidiano carioca no século XVIII. Sob nossa perspectiva, a obra do escritor ressignifica a representação da geografia humana da cidade do Rio de Janeiro ao longo de seus cinco séculos, na medida em que as suas narrativas promovem relevância e complexidade a personagens até então desprezados pelo cânone literário, como ciganos, africanos, indígenas e afro-brasileiros. A complexidade desses personagens é elaborada a partir da exposição de suas cosmogonias, com destaque para a importância de suas vozes e visões de mundo