A insurgência da voz feminina na poesia portuguesa: a poética desviante de Judith Teixeira e Florbela Espanca
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19729 |
Resumo: | O fato de Portugal, durante séculos, não ter reconhecido as mulheres e o seu contributo para a construção histórica de seu país, não significa que elas não tenham existido e atuado nos mais diversos setores da sociedade, de forma distinta. A necessidade do registro surge da constatação de um apagamento que, em linhas gerais, operado por um contingente masculino desejoso de preservar a ordem social, esforçou-se pela manutenção de uma mentalidade profundamente conservadora e antifeminina de exclusão da mulher das áreas de produção e trabalho, fator que garantiu a sua subserviência econômica e social ao homem e a manutenção da estrutura patriarcal durante séculos. Neste sentido, a presente dissertação empreende uma revisão histórica a partir do questionamento dos cânones ocidentais literários, estabelecendo um diálogo entre as poéticas de Judith Teixeira e Florbela Espanca – vertentes importantes da escrita de autoria feminina do início do século XX em Portugal, ao passo que levanta questões de caráter feminista e de gênero acerca de uma genealogia literária secular negada pelo patriarcado e que acarretou no silenciamento e exclusão das mulheres da História da Literatura Portuguesa. O objetivo é que, por meio da revisão de autores que se propuseram a pensar o Portugal dos séculos XIX-XX e a escrita de autoria feminina lusófona deste período, possamos elaborar contribuições significativas com relação aos dispositivos de controle e aniquilação da subjetividade e da liberdade de existência do corpo feminino engendradas não só, mas sobretudo, nas artes. Para tanto, foram selecionados dez poemas das referidas autoras, que evidenciam o caráter de revolta, insurreição e desobediência feminina, bem como oferecem uma dimensão do tamanho da sofisticação literária e do cuidado estético de Judith Teixeira e Florbela Espanca, mas que por força do sistema patriarcal, só foram reconhecidos postumamente. |