Associação dos níveis séricos e urinários de magnésio com a progressão da doença renal e aterosclerótica em portadores de doença renal crônica não-dialítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Brito, Dyego José de Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22766
Resumo: A redução da taxa de filtração glomerular (TFG) acarreta a diminuição e o desequilíbrio em alguns elementos divalentes, tais como o magnésio (Mg2+). Várias evidências sugerem que o baixo nível de Mg2+ sérico pode ser um fator de risco para doença renal e eventos cardiovasculares, porém ainda há uma lacuna sobre o papel do Mg2+ urinário nestes desfechos. Dessa forma, o presente estudo investigou os efeitos dos níveis de Mg2+ sérico e urinário de pacientes portadores de DRC na fase não-dialítica, em relação à progressão da doença renal e aterosclerótica. Foi desenvolvido um estudo de coorte, com amostra de 124 indivíduos com TFG 15-59mL/min/1,73m² acompanhados no Centro de Prevenção de Doenças Renais do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão. Os pacientes foram avaliados em 3 fases: t1 (inclusão), t2 (12 meses) e t3 (24 meses), no que diz respeito aos aspectos clínicos, laboratoriais e de imagem. Os pacientes apresentaram média de idade de 59,6 (12,1) anos e 66 (53,2%) pertenciam ao sexo feminino. Em relação à etiologia da DRC, destaca-se que a principal causa foi a HAS (n=51; 41,1%), seguida de DM (n=28; 22,6%). A maioria dos casos eram de indivíduos no estágio 3A da DRC (n=53; 42,7%). Em relação à albuminúria, 70 (56,5%) pacientes tinham níveis <30mg/24h. Os marcadores de distúrbio mineral-ósseo (cálcio, fósforo e fosfatase alcalina) apresentaram-se normais, porém se destaca a alta prevalência de pacientes com PTH aumentado (n=51; 41,1%). O controle glicêmico estava comprometido em cerca de metade dos casos. No que diz respeito à análise da dislipidemia, observou-se maiores prevalências de HDLc baixo (n=57; 46,0%) e hipertrigliceridemia isolada (n=44; 35,5%). Foram identificados 74 (59,7%) pacientes com escore de calcificação coronariana (ECC) >0, 56 (45,2%) com espessamento médio-intimal de carótidas (EMIC) e 70 (56,5%) com calcificações na parede das carótidas. Na análise multivariada foi observado que o tercil mais baixo do Mg2+ sérico foi associado apenas com a progressão da albuminúria de 24h (β=78.473, p=0,028), enquanto os tercis mais elevados do Mg2+ urinário (24h), tiveram associação com a TFG (β=5.264, p=0,011), albuminúria de 24h (β=104.185, p=0,005), ECC (β=354.147, p=0,005) e EMIC (β=0.063, p=0,046). Em comparação com a dosagem sérica, o Mg2+ urinário mostrou maior número de associações com os indicadores de progressão da doença renal e aterosclerótica na amostra avaliada, podendo ser utilizado na prática clínica para acompanhamento de pacientes com elevado risco cardiovascular.