Efeitos da suplementação de magnésio na estrutura e função vascular de mulheres hipertensas em uso de diurético tiazídico
Ano de defesa: | 2012 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8602 |
Resumo: | O magnésio tem sido alvo de alguns estudos sobre a patogênese da hipertensão arterial por haver significativa correlação inversa entre seus níveis séricos e a incidência de doenças cardiovasculares. O objetivo principal deste estudo foi avaliar os efeitos da suplementação de magnésio na função vascular de hipertensas em uso de hidroclorotiazida. Além disso, níveis séricos e intracelulares de magnésio foram correlacionados com parâmetros nutricionais, pressão arterial, alterações metabólicas, aspectos estruturais e funcionais da macro e microcirculação. Mulheres hipertensas, de 40 a 65 anos, em uso de hidroclorotiazida nas últimas 4 semanas foram selecionadas. Inicialmente foi realizado um estudo transversal para avaliar as associações de baixos níveis séricos (<2,0mg/dl) e intracelulares (<3,75mg/dl hemácias) de magnésio com os parâmetros citados. Posteriormente, em um estudo prospectivo, randomizado, as pacientes foram divididas em dois grupos de acordo com a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) em: grupo Controlado, com média de pressão arterial (PA) de 24 horas <130x80 mmHg (sem suplementação) e grupo de intervenção (com suplementação) com média de PA de 24 horas ≥130x80 mmHg. Este segundo grupo foi subdividido em Placebo e Magnésio (quelato de magnésio, 600 mg/dia). Na inclusão e após 6 meses de acompanhamento, todas as pacientes foram submetidas à avaliação nutricional, bioquímica, aferição da PA, MAPA, dilatação mediada por fluxo (DMF) da artéria braquial, tonometria arterial periférica (com EndoPAT), avaliação da espessura médio-intimal (EMI) da carótida, velocidade da onda de pulso (com Complior SP) e determinação da pressão aórtica central e parâmetros hemodinâmicos centrais (com SphygmoCor). Na análise transversal, baixos níveis de magnésio sérico foram associados com maior risco cardiovascular (16±3 vs 11±1%, p=0,024), maior PA sistólica (148±7 vs 135±3 mmHg, p=0,049) e diastólica (91±3 vs 84±2 mmHg, p=0,042) e EMI carotídea aumentada (0,92±0,09 vs 0,76±0,02 mm, p=0,023). Por outro lado, baixas concentrações intracelulares de magnésio foram associados com parâmetros de aumento da rigidez vascular, como aumento de pressão aórtica (20±2 vs 15±1 mmHg, p=0,032) e augmentation índex (43±2 vs 33±2 %, p=0,004). No estudo prospectivo, no grupo que recebeu magnésio houve redução significativa da PA sistólica (144±18 vs 134±14 mmHg, p=0,036) e diastólica (88±9 vs 81±8 mmHg, p=0,005). Não houve alterações sobre o metabolismo glicídico, lipídico e parâmetros de rigidez arterial. Após 6 meses de acompanhamento, o grupo Placebo apresentou aumento significativo de EMI (0,78±0,13 vs 0,89±0,14 mm, p=0,033) enquanto que o grupo Magnésio manteve a média inicial (0,79±0,16 vs 0,79±0,19 mm, p=0,716). O grupo magnésio apresentou um aumento significativo da variação de DMF em relação ao grupo placebo (+3,7±2,1 vs -2,4±1,2%, p=0,015). Além disso, houve uma correlação significativa entre a variação de magnésio intracelular e DMF (r=0,44, p=0,011). Em conclusão, nestas mulheres hipertensas em uso de tiazídico, baixos níveis séricos de magnésio foram associados com maiores valores pressóricos, enquanto que concentrações mais baixas de magnésio intracelular foram associadas com rigidez vascular aumentada. A suplementação de magnésio durante 6 meses foi seguida de uma redução da pressão arterial, com atenuação do processo de aterosclerose subclínica e melhora da função endotelial. |