Sentidos de avaliação enunciados por docentes da educação de jovens e adultos em suas produções curriculares
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20052 |
Resumo: | O objetivo geral desta tese foi investigar os sentidos de avaliação pedagógica enunciados pelos docentes da EJA ao articularem essas práticas às suas produções curriculares. Considerando que a modalidade é um campo disputado politicamente, cujas formas de significá-la carregam sentidos de sujeito, mundo e sociedade que inspiram as produções curriculares dos docentes, assumo que suas avaliações se articulam a tais objetivos. Para entender esses movimentos, me aproprio das contribuições do pensamento desconstrutivista de Jacques Derrida, da Teoria do Discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe e das discussões dos estudos do campo do currículo com inscrição discursiva que percebem as políticas e pensamento curricular como discursos que se articulam nas disputas por poder de significação. A investigação inicia-se pelo levantamento bibliográfico dividido nas seguintes etapas: (i) pesquisas que se propunham investigar a articulação entre avaliação pedagógica e EJA; (ii) referências dos trabalhos apresentados nas últimas cinco reuniões anuais da Anped (2013-2021) sobre avaliação, de modo a verificar autores considerados seminais no campo, cujos estudos colaboram para a reflexão dos docentes sobre avaliação; (ii) documentos oficiais brasileiros, das ENEJAs e da Unesco sobre EJA que produzem sentidos no campo. Na análise desses documentos, foram identificadas três significações proeminentes: EJA como educação popular, EJA como ensino supletivo e EJA como educação ao longo da vida. A parte empírica da pesquisa foi dividida em duas etapas: na primeira delas, tratada como pesquisa exploratória, foi utilizado questionário online para contato inicial com docentes e com suas posições sobre currículos e avaliação na EJA. A segunda etapa ocupou-se das entrevistas narrativas de inspiração autobiográfica, em que foi possível comparar as respostas do questionário às posições assumidas pelos docentes para avaliar na modalidade. A análise das entrevistas focalizou-se em compreender: (i) a relação estabelecida entre os docentes e a docência na EJA; (ii) como narram os currículos produzidos na EJA e os significantes da modalidade que emergiram nesses discursos; (iii) a organização da avaliação pedagógica em seus s, interpretando quais funções da avaliação pedagógica eram privilegiadas em suas narrativas. O trabalho com inspiração autobiográfica não centraliza as experiências individuais como fundamentos de verdade. A narração do experienciado não é nem individualidade, nem total estranhamento: ela carrega rastros de significação que dão pistas sobre os sentidos que articulamos nas tomadas de decisão e no acionamento da noção subjetiva de justiça. Os significantes EJA como educação popular, EJA como ensino supletivo e EJA como educação ao longo da vida aparecem hibridizados nas narrativas docentes. Entretanto, o significante EJA como educação popular é mais proeminente nos discursos com a defesa de currículos alinhados à emancipação, cidadania, senso crítico e relação dialógica entre alunos e docentes a partir dos referenciais do educador Paulo Freire. Nesse contexto, enunciam sentidos da função formativa da avaliação pedagógica, tentando afastarem-se de práticas avaliativas classificatórias. Concluo que os sentidos de avaliação são produzidos discursivamente, carregando marcas das tensões entre as significações que atribuem à EJA, articuladas aos projetos de mundo e sociedade assumidos, mas também com os rastros das tradições de escolarização, sem que possam ser tratadas como transposição dos contextos infanto-juvenis para os contextos de EJA. |