A interseccionalidade na prática das enfermeiras no campo da Estratégia da Saúde da Família
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20575 |
Resumo: | Elaborado por uma mulher, preta e enfermeira de família e comunidade, este estudo tem como análise, o cuidado de enfermeiras na Atenção Primária em Saúde (APS) a partir da interseccionalidade. A motivação surge do conceito de interseccionalidade e a sua discussão teórica na saúde, na busca em compreender os tipos de opressões e desigualdades que as enfermeiras na Atenção Primária em Saúde reconhecem como marcadores de saúde. A relevância deste estudo está em promover a investigação de tais problemas, potencializar o reconhecimento de preconceitos e entraves que o sujeito enfrenta no acesso à atenção primária. Portanto, se existem entraves na principal porta de entrada do SUS, quais serão as garantias do usuário sobre a duração do processo de cuidado em saúde? A enfermagem durante a consulta tem grande responsabilidade na prática e pode ser considerada um forte atuante na humanização do sujeito no SUS. A presente dissertação tem por objetivo: analisar as expressões da interseccionalidade nas consultas de enfermagem na estratégia de saúde da família, no município do Rio de Janeiro. Por objetivos específicos, caracterizar os aspectos interseccionais presentes e ausentes na consulta de enfermagem na Estratégia de Saúde da Família e discutir a presença ou ausência desses aspectos interseccionais. Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, que ocorre na área programática 2.1 do município do Rio de Janeiro, área que circunda o maior e menor IDH do município, Leblon e Rocinha. Além disso, o estudo respeita os aspectos éticos autorizados pelo CEP da universidade e do município, respectivamente CAAE: 61183822.8.0000.5282, CAAE: 61183822.8.3001.5279. Para a pesquisa foram realizadas dezoito entrevistas, sendo quinze destas com mulheres cis, das quais nove das entrevistadas se autodeclaram como brancas e nove autodeclaram como pardas. As entrevistadas, em sua maioria, pertenciam à classe social C. Os relatos foram divididos em três categorias que contêm 312 unidades de registro. Para as entrevistadas o acesso, às condições de vida e a vulnerabilidade social, são os aspectos mais citados como mais relevantes para a elaboração de um plano de cuidado de enfermagem, na estratégia de saúde da família. A cor da pele, gênero e a sexualidade são considerados marcadores imprescindíveis para o reconhecimento das iniquidades sociais e são aspectos investigados em consulta de enfermagem na APS, a partir de um diálogo livre de preconceitos, tornando-se imprescindível e relevante para a investigação das condições de saúde pública. O debate diante da temática é importante para as enfermeiras de família e comunidade, seja nos espaços de educação permanente ou nas aulas da residência, sobretudo são potentes na construção de opiniões e mudanças de paradigmas. Conclui-se que a interseccionalidade tem um grande potencial de avançar sobre os diversos campos de estudos. É necessário pensar em uma prática de cuidado que rompa com o silenciamento e a destruição histórica e intencional, a partir de uma perspectiva reflexiva que gere uma superação destas atitudes e possibilitem alinhamento em busca do cuidado antirracista, anti machista e anti LGBTfobia. |