Os refugiados do pós-segunda guerra na imprensa carioca: uma análise fotográfica sobre os olhares de A Noite Ilustrada e de Revista da Semana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Leite, Vanessa Mendonça
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em História Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19613
Resumo: A proposta desta dissertação reside em compreender, através do exame da fonte fotográfica, como as revistas A Noite Ilustrada e Revista da Semana retratavam em suas páginas os refugiados do pós-Segunda Guerra Mundial chegados ao país através de acordos firmados com agências internacionais e acolhidos na Hospedaria de Imigrantes da Ilha das Flores. A guerra resultou em profundas mudanças no cenário geopolítico internacional e a nova configuração das fronteiras territoriais afetou milhões de pessoas, cujas nacionalidades precisaram ser alteradas, produzindo um grande número de apátridas. O “milhão restante” designa uma parcela significativa de refugiados e deslocados que optaram pela não repatriação, na maioria dos casos por motivos políticos e pela falta de vínculo com os novos territórios que se estruturavam. Uma das respostas a essa problemática se deu pelo deslocamento para as Américas e o Brasil desempenhou um significativo papel na recepção de uma expressiva parcela desse contingente, a partir de 1947. Foi uma das últimas levas de imigrantes introduzidas no país através da Hospedaria de Imigrantes da Ilha das Flores, que fundada em 1883, pelo Estado Imperial, constituía-se como importante dispositivo da política imigratória brasileira, sendo um dos principais locais de recepção de imigrantes do continente americano. Caracterizada como a protagonista das análises empregadas, o estudo da imagem fotográfica e suas contribuições a ciência histórica podem ser encaradas como uma resposta aos desafios e demandas da modernidade, compreendida como um contexto específico em que os modos de interação e sociabilidade são conduzidos no sentido visual e em sua produção, circulação e consumo. Partindo da perspectiva de que toda representação é dotada de historicidade e reflete em si as convenções culturais e sociais de seu tempo, trilhar-se-á nesse trabalho, como caminho metodológico e de leitura da fonte, o procedimento semiótico aliado as reflexões e contribuições dos estudos de Cultura Visual. A partir desses ferramentais e de criteriosa análise dos artefatos fotográficos é possível captar em quais termos se elaborava a construção da visibilidade pública e midiática dos refugiados.