Orações relativas cortadoras: entre a normatividade e a normalidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Jurandir Faria da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20165
Resumo: Este trabalho descreve, no português brasileiro (PB), as orações relativas cortadoras, ao se apropriarem possivelmente do estatuto de norma culta urbana junto à relativa padrão. São objeto de estudo determinadas orações relativas preposicionadas (as relativas de objeto indireto, complemento nominal e adjunto adverbial) por realizarem o “corte” da preposição, produzindo, assim, a relativa cortadora. As demais orações relativas preposicionadas – relativas de objeto direto preposicionado e de agente da passiva – também são avaliadas, mas breve e secundariamente, seja por serem significativamente menos frequentes (objeto direto preposicionado), seja por não se licenciarem adequadamente com o relativo universal que (agente da passiva). Faz-se o recorte da relativização pela perspectiva gerativa aliada à sociolinguística variacionista (sociolinguística paramétrica), a partir de Kato (2018), Roberts (2018), Tarallo (2018), entre outros. Desse modo, verifica-se que o estudo das relativas sempre esteve circunscrito ao panorama geral das mudanças linguísticas do PB a partir do século XIX, e abraça, além do próprio fenômeno da relativização, as já conhecidas alterações do quadro pronominal dessa variedade em curso por aqui. Assim, aos estudos das orações relativas acompanham as reflexões sobre o problema do sujeito e do objeto nulos. Os corpora constituem-se de dois gêneros, oportunamente diversos: editoriais de jornais e revistas de circulação nacional e depoimentos em situação de entrevista. Os editoriais organizam-se pelo critério de regionalização e orientação editorial: 1) Folha de S.Paulo e O Globo e 2) Carta Capital e Época. Os depoimentos constam de dois grupos de estudo cariocas, ambos da Faculdade de Letras da UFRJ: 1) Discurso & Gramática – a língua falada e escrita na cidade do Rio de Janeiro e 2) Corporaport – variedades do português em análise. O cotejo entre as relativas revela números e índices não muito imprevisíveis: a taxa de frequência da relativa padrão é bastante elevada nos textos midiáticos escritos, enquanto o percentual de frequência da relativa cortadora fica bem maior nas entrevistas transcritas. Os números também demonstram algo pertinente: a questão não é a defesa incondicional da relativa cortadora, em detrimento da estratégia padrão. Ao contrário, o que os estudos sugerem é uma possível conciliação acadêmico-pedagógica na relativização, dada a efetiva convivência das duas estratégias em ambientes discursivos diversos na contemporaneidade