Associação entre a massa gorda e a massa óssea em indivíduos brasileiros adultos: Estudo Pró-saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Costa, Amina Chain
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
DXA
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7229
Resumo: Obesidade e osteoporose são duas condições crônicas de elevada prevalência em todo o mundo. Tanto o acúmulo de massa gorda quanto a perda mineral óssea são processos associados ao envelhecimento e determinados por uma complexa interação entre fatores genéticos, ambientais e hormonais. A possível associação entre as modificações da massa gorda e da massa óssea tem sido estudada nos últimos anos. No entanto, a influência da massa gorda sobre a densidade mineral óssea (DMO) permanece controversa na literatura. A falta de consenso pode ser parcialmente atribuída a diferentes abordagens estatísticas, especialmente a adoção de diferentes variáveis de ajuste, e ao fato de que a associação entre a massa gorda e a DMO parece depender da idade, sexo e etnia da população estudada. Nesta Tese, são apresentados dois artigos originais que investigam associações entre a massa gorda e a DMO em indivíduos brasileiros adultos. No primeiro artigo investigamos se a influência da massa gorda sobre DMO é diferente dependendo do sexo e da idade/estado da menopausa dos indivíduos. Adicionalmente, avaliamos a influência do ajuste pela massa corporal total e pela massa magra sobre as associações estudadas. Trata-se de um estudo transversal conduzido com parte de uma coorte de funcionários de uma universidade do Rio de Janeiro o Estudo Pró-Saúde (n=515; 53 ± 8 anos). Em função da necessidade de utilizar diferentes critérios para classificar a DMO, os participantes foram divididos em 4 grupos: homens <50 anos (n=92); homens ≥50 anos (n=157); mulheres pré-menopausadas (n=100); mulheres pós-menopausadas (n=166). A massa gorda total, a massa magra total e a DMO do corpo inteiro, da coluna lombar e colo do fêmur foram determinados por DXA. Em uma análise de regressão multivariada, considerando a DMO (total e sítios ósseos específicos) como variáveis dependentes e massa gorda como variável independente, o modelo que incluiu a massa corporal total, idade, altura e período pós-menopausa como co-variáveis mostrou que a massa gorda associou-se inversamente com a DMO do corpo inteiro e /ou do colo do fêmur (B = -0,006 a -0,011; p <0,05) em todos os grupos estudados, exceto o das mulheres na pós-menopausa. Associação inversa semelhante foi observada entre a massa gorda e a DMO na coluna lombar (B = -0,011; p = 0,026) apenas nos homens ≥50 anos. O outro modelo testado, incluindo massa magra (ao invés da massa corporal total), idade, altura e período pós-menopausa, como co-variáveis, resultou em associações diretas e significativas entre a massa gorda e DMO (total e sítios específicos) (B = 0,003-0,006; p <0,01) apenas nas mulheres na pós-menopausa. No segundo artigo, restrito às mulheres na pós-menopausa (n=166), investigamos se associação entre a massa gorda e a DMO é dependente da localização da massa gorda. A DMO do corpo inteiro, da coluna lombar e colo do fêmur foram determinados por DXA. A massa gorda total e das regiões androide e ginoide foram determinadas a partir da análise de corpo inteiro pelo software encore para o DXA. O tecido adiposo visceral (TAV) e o tecido adiposo subcutâneo (TAS) foram avaliados na região androide com auxílio do software CoreScan VAT para o DXA. Quando a DMO foi investigada em função dos quartis dos parâmetros (andróide, ginoide, TAS, TAV e razões entre eles) de massa gorda, as mulheres que se encontravam no quartil superior de todos os parâmetros, com exceção da razão TAV:TAS, apresentavam maior DMO (total e sítios específicos) do que as mulheres nos demais quartis de massa gorda. Além disso, em uma abordagem multivariada, Em uma análise de regressão multivariada, considerando a DMO (total e sítios ósseos específicos) como variáveis dependentes, os parâmetros da massa gorda como variáveis independentes e incluindo a massa magra, idade, altura, período pós-menopausa e raça como co-variáveis, foi observado que todos os parâmetros da massa gorda, com exceção da razão TAV:TAS, apresentaram associação direta e significativa (P<0,01) com a DMO (total e sítios específicos). Concluímos que as associações entre a massa gorda e a DMO se apresentam de forma diferente a depender do sexo e idade/estado de menopausa, não havendo evidências de associação inversa entre a massa gorda e a DMO em mulheres pós-menopausadas, independente do ajuste estatístico utilizado. Nossos resultados sugerem ainda associação direta entre a massa gorda e a densidade mineral óssea DMO apenas em mulheres pós-menopausadas, que parece acontecer de forma independente do tipo e da localização da gordura nessas mulheres