“Andrômeda de Méroe”: A conectividade sociocultural da Grécia e Cuxe no teatro e na cerâmica ática (442 – 412 a.C.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Outeiro, Marina Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21729
Resumo: A pesquisa se concentra no mito de Andrômeda - princesa bárbara e filha de Cefeu, rei da Aitiopia – transformada em heroína trágica por Sófocles e Eurípides, passando a ilustrar centenas de vasos cerâmicos áticos. Entende que Andrômeda, enquanto personagem mítica, pode ser considerada como uma representação das mulheres da nobreza meroíta que permite estabelecer semelhanças e diferenças, entre elas e as atenienses bem-nascidas. Desse modo, surgiu o questionamento sobre a natureza dos contatos estabelecidos entre a Grécia e a Aitiopia posto que a Andrômeda (ca. 442 a.C.) de Sófocles, foi contemporânea de Histórias (440 a.C.) de Heródoto que, por sua vez, antecedeu a Andrômeda (412. a.C.) de Eurípides. A medida que o estudo progrediu, foi possível averiguar que nos textos gregos, o termo Aitiopia foi empregado para designar o reino africano de Cuxe. A noção de conectividade ao enfatizar o mar Mediterrâneo como meio de comunicação que atua conectando pontos e formando um conjunto de vínculos, permitiu constatar que gregos e cuxitas travaram relações de natureza sociocultural, ao longo da Antiguidade. De modo a corroborar tal entendimento, o estudo se concentrou em analisar aspectos da sociedade ateniense, enfatizando as duas tragédias de Andrômeda e os vasos de cerâmica ilustrados com cenas teatrais. Em seguida, se concentrou nos elementos da geografia africana para compreender os meios naturais que viabilizaram a aproximação dos dois povos, segundo o modelo da Teoria da Conectividade Social. Assim, voltou seus esforços para sistematizar uma investigação sobre o reino de Cuxe, para examinar a função social das meroítas da realeza, salientando sua participação na esfera religiosa e política. Por conseguinte, a pesquisa inferiu que a filha do rei dos “etíopes”, unida a Perseu originou a linhagem real de Micenas, certifica a existência da conectividade sociocultural entre a Grécia e Cuxe, além de reivindicar o pertencimento ideológico da princesa bárbara aos ideais defendidos pela polis: transformada em heroína trágica, Andrômeda emula os comportamentos e valores das rainhas e princesas do passado mítico grego, quando aceita seu terrível destino em prol da salvação da comunidade.