Escola Normal Júlia Kubitschek: seus processos de fundação, o golpe civil-militar e a participação no Movimento Brasileiro de Alfabetização (1960-1973)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva Junior, Adriano Fernandes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16766
Resumo: Estudos apontam (GONÇALVES; RANZI, 2012; NAPOLITANO, 2014) que embora o período da Ditadura Civil-Militar (1964-1985) tenha sido marcado pela repressão, tortura e censura aos opositores, uma expressiva parcela da sociedade civil apoiou os seus governos devido a um aparente desenvolvimento urbano e crescimento econômico. A partir dessa perspectiva, compreender o percurso da Escola Normal Júlia Kubitschek (ENJK) no contexto da Ditadura Civil-Militar, de modo a perceber indícios (GINZBURG, 2007) de apoio institucional ao regime e suas diretrizes, é o objetivo do presente trabalho. Tal objetivo emerge, dentre outros fatores, da carência de estudos sobre as instituições escolares em tal contexto, conforme verificado em um levantamento realizado em revistas do campo da História da Educação, bem como em outros estudos (GONÇALVES; RANZI, 2012), associada a uma lacuna sobre a história das Escolas Normais do Rio de Janeiro (LIMA, 2017). O recorte temporal dessa investigação abrange os anos em que a instituição recebia a nomenclatura de Escola Normal, entre os anos de 1960 a 1973. A busca dos indícios foi realizada no arquivo da instituição (MOGARRO, 2005; BONATO, 2005; MEDEIROS, 2003; VIDAL, 2000) e em jornais (CAMPOS, 2012; LUCA, 2008) constantes na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, sendo tais arquivos compreendidos como lugares de memória (NORA, 1993; 1997). A partir das fontes encontradas, o presente trabalho busca situar os processos de fundação da ENJK, inseridos no contexto de criação do Estado da Guanabara (MOTTA, 1997), de modo a dialogar fontes próprias com pesquisas já desenvolvidas sobre a instituição (LIMA, 2017). Do mesmo modo, procura compreender o golpe civil-militar de 1964 (DREIFUSS, 1986; NAPOLITANO, 2014), que inaugurou o período ditatorial, e a postura da ENJK diante dos discursos (FOUCAULT, 2010; 2013) produzidos e proferidos em sua defesa. Por fim, procura analisar a participação da instituição no Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), antes e depois da sua efetivação em 1971 (PEDERIVA, 2015; GÓES; CUNHA, 1989). Diante das análises realizadas, foram constatados ao longo do trabalho alguns indícios (GINZBURG, 2007) de apoio institucional da ENJK à Ditadura Civil-Militar. Tal apoio se revela, especialmente, no que diz respeito a sua participação em uma das dimensões educativas do regime – o Mobral – que, para além de alfabetizar, tinha a intenção de controlar a população, ao sanear ideias consideradas subversivas e veicular uma propaganda do governo associada ao progresso e desenvolvimento nacional. Ao fim e ao cabo, o presente trabalho pode contribuir para a promoção das pesquisas no campo da História da Educação do Rio de Janeiro, em especial no que tange às suas Escolas Normais, bem como para o avanço das pesquisas sobre as instituições escolares no contexto da Ditadura Civil-Militar.