Travessias no assombro: modulações de um Brasil fascista entre a ditadura e a democracia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Donhauser, Lucas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27985
Resumo: Antes e durante a ditadura militar, e posterior conquista do Estado Democrático de Direito, uma força de entristecimento e aniquilação da vida, que não podemos nomear de outro modo a não ser fascismo, vem sendo tecida, tornando-se cada vez mais presente. Se falamos hoje em fascismo e acendemos o alerta para os seus perigos, é preciso primeiramente dizer que a tarefa de pensá-lo estará incompleta sem que atravessemos as paisagens que constituem a cena brasileira atual, e isso implica uma retomada de nossa história, percorrendo as diversas camadas que a compõem: da ditadura à redemocratização; da redemocratização à virada do século e passando pela presença do Partido dos Trabalhadores na gestão do Estado; as jornadas de junho de 2013; o golpe institucional sofrido por Dilma Rousseff; e a ascensão de Bolsonaro à presidência da República como expressão maior de nosso assombro tropical. O termo “travessias” remete ao conceito de experiência de Walter Benjamin (erfahrung), no sentido de percorrer, de atravessar uma região. Eis por que a escolha, privilegiando as experiências menores, os acontecimentos marginais e pouco presentes nas narrativas oficiais de nossa história e que passam pela literatura, o Cinema Novo, a música popular brasileira, a arte engajada, os movimentos contraculturais das décadas de 60 e 70, os saberes médico e psi. Tais experiências, retomando os antecedentes do golpe militar de 1964, nos levam a questionar o que está em jogo, e de que maneira, na produção de nosso assombro tropical? Se o que está em questão para nós é a produção histórica do fascismo, uma produção que diz antes de um campo social e dos investimentos de desejo que por ele circulam, há um problema que se coloca também para a esquerda: não estaríamos sendo agidos pelas mesmas forças que pretendemos combater?